Marielise Ferreira | marielise.ferreira@zerohora.com.br Não faltam comida campeira e shows nativistas no Acampamento Farroupilha de Erechim,...
Não faltam comida campeira e shows nativistas no Acampamento Farroupilha de Erechim, que acontece até o dia 20. Mas é durante o dia que a cultura gaúcha parece encantar mais os visitantes. Mesmo sem nunca ter vestido uma pilcha, crianças de todas as idades transformam a cultura gaúcha em diversão. Os galpões do acampamento se transformam em oficinas para repassar às novas gerações um pouco do sentido de ser gaúcho.
Num dos galpões, a gurizada aprende a fazer um carreteiro e até ganha uma provinha no lanche da tarde. Em outro, aprendem sobre a origem das vestimentas do gaúcho. Em outro ainda é o galpão com seu fogo de chão, o personagem principal. A hora do conto ganha um contador de causo pra lá de divertido, que rima as lendas gaúchas ao som de gaita e violão e coloca a criançada a fazer carreira com cavalinho de pau.
Encilhar um cavalo e derrubar o boi com tiro de laço parece coisa de profissional, mas no acampamento farroupilha de Erechim está entre as brincadeiras mais disputadas. Afinal, laçar a vaca pela primeira vez é um desafio mesmo que esteja parada e seja de madeira.
Num galpão coberto com palha, a história e a economia do começo do século ficam mais fáceis de compreender. Réplicas de mulas de carga mostram como era feito o transporte de produtos na época.
A pesquisa feita pelos tradicionalistas Valdemar Bassaneze e Dejani Fátima Topolski, com base em tropeiros entrevistados conta como os animais viajavam por mais de 10h levando milho, feijão, trigo, banha, mel e cachaça, desde os municípios menores até Erechim, e dali retornavam carregando sal, tecidos e querosene.
A égua madrinheira, que puxava a tropa cargueira foi feita em madeira reforçada para aguentar o repuxo da criançada, que não deixa o galpão sem montar ao menos uma vez. E uma maquete com movimento feita neste ano garantiu atenção total dos alunos à explicação dos tradicionalistas. É como um "autorama gaudério", em que as mulas feitas em madeira passeiam pelas casinhas representando cada município da região.
Informações do Portal do jornal Zero Hora
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