É com bastante alegria que abro os trabalhos no blog Quarto de Ronda, começo com algo que há muito vinha acalentando. Uma entrevista muito ...
É
com bastante alegria que abro os trabalhos no blog Quarto de Ronda,
começo com algo que há muito vinha acalentando. Uma entrevista muito
especial com Márcio Nunes Corrêa!
Sua poesia me acompanha faz algum tempo, ela me soa particularmente próxima em suas cenas de tropeirismo e na forma como ganha vida nas músicas.
“Um naco de sul em vida, de goela aberta na estrada” (Se indo pro campo – Márcio)
Saboreiem comigo essa entrevista.
És natural de onde? Idade?
Erechim, 37 anos
Qual sua relação com o campo, cavalo, com a fronteira(região do prata) ?
Minha terra é nos Campos de Planalto, Alto Uruguai, no Norte do estado do Rio Grande do Sul (Erechim divisando com Passo Fundo).
Fui criado, até ir estudar (fazer Medicina Veterinária), num convívio permanente com o campo...meu avô possuía campo e lidava com gado e meu pai, preparava cavalos para rodeio além de termos um centro de doma. Portanto, o cavalo e o campo, fizeram parte integral e fundamental da minha infância e adolescência.
Suas referências e influências de vida (música, literatura, pessoas)?
Música: Cenair Maicá
Literatura: Aureliano de Figueiredo Pinto
Pessoas: Meus pais e meu avô paterno; e as pessoas de bom coração que conheci e estou sempre conhecendo.
Sua poesia me acompanha faz algum tempo, ela me soa particularmente próxima em suas cenas de tropeirismo e na forma como ganha vida nas músicas.
“Um naco de sul em vida, de goela aberta na estrada” (Se indo pro campo – Márcio)
Saboreiem comigo essa entrevista.
Fotos do acervo pessoal do poeta.
A poesia tão nossa, nos encanta alimentando as páginas dos livros sendo melodia para a alma com cismas de campo, hoje e sempre.
És natural de onde? Idade?
Erechim, 37 anos
Qual sua relação com o campo, cavalo, com a fronteira(região do prata) ?
Minha terra é nos Campos de Planalto, Alto Uruguai, no Norte do estado do Rio Grande do Sul (Erechim divisando com Passo Fundo).
Fui criado, até ir estudar (fazer Medicina Veterinária), num convívio permanente com o campo...meu avô possuía campo e lidava com gado e meu pai, preparava cavalos para rodeio além de termos um centro de doma. Portanto, o cavalo e o campo, fizeram parte integral e fundamental da minha infância e adolescência.
Suas referências e influências de vida (música, literatura, pessoas)?
Música: Cenair Maicá
Literatura: Aureliano de Figueiredo Pinto
Pessoas: Meus pais e meu avô paterno; e as pessoas de bom coração que conheci e estou sempre conhecendo.
Como começaste sua relação com a música, com a composição?
Comecei a compor ainda adolescente, mas foi em Pelotas (onde vim estudar), que conheci Juarez Machado de Farias (poeta de Piratini), que na época fazia faculdade de Direito e leu meus primeiros versos, me incentivando.
Sempre cantei...desde guri em casa, no campo com meu avô (Dom Pedro Corrêa) e nos acampamentos de rodeios, mas também em Pelotas, distante um pouco das atividades de campo é que me entusiasmei mais a escrever e também cantar. Fiz parte do Coral da UFPel e iniciei minhas participações nos festivais (inicialmente pelo Cirio de Pelotas, na sua 1ª. Edição em 1994).
Como conciliar a vida acadêmica com a vida artística e familiar?
Como tudo na vida, trata-se de em cada priorizar o que é necessário ser feito, para ter-se certo equilíbrio na vida...não é fácil, mas necessário exercitar diariamente pois nossa alma também precisa de alento e se não pensarmos nisso endurecemos nosso coração.
O que te incentiva continuar compondo?
Minha vontade de falar do campo e das coisas que penso, pude viver e sei que se não registrarmos, poderá se apagar ou mudar de alguma forma a identidade do que é verdadeiro e puro.
Os sacrifícios que já fizeste pela música?
Eu não chamaria de sacrifícios, pois a música sempre fez e me faz bem...conheci amigos, pessoas e sentimentos que não o teria, não tivesse vivência na música. Atualmente, o tempo é escasso para se manter as mesmas relações rotineiras com a música, mas acompanho meus amigos e parceiros da música, torcendo por eles e, na medida do possível, não deixo de compor...pois isso seria seria um sacrifício. Apenas tomo o cuidado de compor quando tenho algo a dizer e não fazer verso por fazer.
Te arrependes de ter feito algo ou não ter feito pela música?
Não tenho lembrança de algo nesse sentido...
Inspirações para compor?
Aquilo que entendo por verdade, seja daquilo que vejo na vida e no campo...e que me faça bem. Penso que não precisamos ou devemos compor pensando em agradar ninguém...ou seja, é preciso fazer arte expressando realmente um sentimento...naturalmente algumas pessoas se identificarão com a temática ou com a opinião, ou mesmo serão contrárias mas terão pelo menos ouvido nova verdade ou nova mensagem. Com isso deixo claro que as inspirações/idéias surgem no cotidiano...alguns expressam falando, chorando, desenhando, etc, etc...quem escreve deve se expressar em versos. Claro que há que se ter conteúdo e isso é essência de tudo, passar verdades que são da gente e, como já disse, naturalmente serão de outros...pois afinal, nós seres-humanos somos muito parecidos.
Tem alguma música que gostaria de ter feito e não fez, e o que fizeste e tens um carinho especial?
Todos que fiz guardam uma História, portanto, seria injusto eleger alguma...injusto com cada verdade que retratei.
Tem muita música que eu queria ter feito, por admirar a forma que o poeta pode expressar sua opinião, que o melodista conseguiu expor sua musicalidade ou mesmo como o cantor retratou tudo...mas me ocorre uma que resume muito do que eu penso...Imagens, letra do Anomar Danúbio Vieira e melodia do Marcello Caminha.
O que almeja que sua música alcance?
As pessoas...que minhas mensagens fiquem para ser apreciadas, entendidas, criticadas, enfim...que exista principalmente através dos meus versos a possibilidade de falar do campo, como pouco já se fala...sem rebuscar verso, sem distorcer a lida, ou seja, expressar meu sentimento verdadeiro em imagens das coisas do campo.
O que tem ouvido mais nos últimos tempos?
Infelizmente nossa discografia ainda que siga forte, não tem estado tão criativa como em outros tempos...os temas estão se repetindo, versos e melodias de alguma forma também. Gosto de ouvir música de qualidade, que tenha conteúdo poético ou mensagem...e não sou preconceituoso. Mas obviamente nada como ouvir a música feita falando de sul, de lida, de campo....bem cantada e isso temos muito no RS e SC...gente buena se esforçando para manter o padrão de qualidade. Ou seja, para selecionar-se o que agrada ou não o ouvido é preciso ouvir, sentir e depois esboçar opinião, ou seja, o consumo se dará, ou se escutou uma música pela última vez.
Show que foste - livros que têm lido?
Fabrício Vasconcellos e Fabiano Bacchieri (versos e canções)....trabalho terrunho pela escolha do repertório e pela qualidade dos dois.
...os 2 últimos: Memória de minhas putas tristes (Gabriel García Márques) e Mitologia (Histórias de Deuses e Heróis – de Thomas Bulfinch).
Como vês a influência da música da região do Prata na música nativista gaúcha?
Integração total...nossa música é muito influenciada e felizmente é, pela música gaucha. Temos muito o que aprender com os hermanos mas com certeza ao tempo temos criado uma identidade musical ainda que sob influências (e isso é natural do desenvolvimento cultural de um povo) mas com uma “cara” particular.
Festivais, primeiro festival composição e parceria?
Primeiro festival...Círio de Pelotas em 1994, com a milonga Fronteiro...em parceria com um colega de faculdade, o Corredale.
Comecei a compor ainda adolescente, mas foi em Pelotas (onde vim estudar), que conheci Juarez Machado de Farias (poeta de Piratini), que na época fazia faculdade de Direito e leu meus primeiros versos, me incentivando.
Sempre cantei...desde guri em casa, no campo com meu avô (Dom Pedro Corrêa) e nos acampamentos de rodeios, mas também em Pelotas, distante um pouco das atividades de campo é que me entusiasmei mais a escrever e também cantar. Fiz parte do Coral da UFPel e iniciei minhas participações nos festivais (inicialmente pelo Cirio de Pelotas, na sua 1ª. Edição em 1994).
Como conciliar a vida acadêmica com a vida artística e familiar?
Como tudo na vida, trata-se de em cada priorizar o que é necessário ser feito, para ter-se certo equilíbrio na vida...não é fácil, mas necessário exercitar diariamente pois nossa alma também precisa de alento e se não pensarmos nisso endurecemos nosso coração.
O que te incentiva continuar compondo?
Minha vontade de falar do campo e das coisas que penso, pude viver e sei que se não registrarmos, poderá se apagar ou mudar de alguma forma a identidade do que é verdadeiro e puro.
Os sacrifícios que já fizeste pela música?
Eu não chamaria de sacrifícios, pois a música sempre fez e me faz bem...conheci amigos, pessoas e sentimentos que não o teria, não tivesse vivência na música. Atualmente, o tempo é escasso para se manter as mesmas relações rotineiras com a música, mas acompanho meus amigos e parceiros da música, torcendo por eles e, na medida do possível, não deixo de compor...pois isso seria seria um sacrifício. Apenas tomo o cuidado de compor quando tenho algo a dizer e não fazer verso por fazer.
Te arrependes de ter feito algo ou não ter feito pela música?
Não tenho lembrança de algo nesse sentido...
Inspirações para compor?
Aquilo que entendo por verdade, seja daquilo que vejo na vida e no campo...e que me faça bem. Penso que não precisamos ou devemos compor pensando em agradar ninguém...ou seja, é preciso fazer arte expressando realmente um sentimento...naturalmente algumas pessoas se identificarão com a temática ou com a opinião, ou mesmo serão contrárias mas terão pelo menos ouvido nova verdade ou nova mensagem. Com isso deixo claro que as inspirações/idéias surgem no cotidiano...alguns expressam falando, chorando, desenhando, etc, etc...quem escreve deve se expressar em versos. Claro que há que se ter conteúdo e isso é essência de tudo, passar verdades que são da gente e, como já disse, naturalmente serão de outros...pois afinal, nós seres-humanos somos muito parecidos.
Tem alguma música que gostaria de ter feito e não fez, e o que fizeste e tens um carinho especial?
Todos que fiz guardam uma História, portanto, seria injusto eleger alguma...injusto com cada verdade que retratei.
Tem muita música que eu queria ter feito, por admirar a forma que o poeta pode expressar sua opinião, que o melodista conseguiu expor sua musicalidade ou mesmo como o cantor retratou tudo...mas me ocorre uma que resume muito do que eu penso...Imagens, letra do Anomar Danúbio Vieira e melodia do Marcello Caminha.
O que almeja que sua música alcance?
As pessoas...que minhas mensagens fiquem para ser apreciadas, entendidas, criticadas, enfim...que exista principalmente através dos meus versos a possibilidade de falar do campo, como pouco já se fala...sem rebuscar verso, sem distorcer a lida, ou seja, expressar meu sentimento verdadeiro em imagens das coisas do campo.
O que tem ouvido mais nos últimos tempos?
Infelizmente nossa discografia ainda que siga forte, não tem estado tão criativa como em outros tempos...os temas estão se repetindo, versos e melodias de alguma forma também. Gosto de ouvir música de qualidade, que tenha conteúdo poético ou mensagem...e não sou preconceituoso. Mas obviamente nada como ouvir a música feita falando de sul, de lida, de campo....bem cantada e isso temos muito no RS e SC...gente buena se esforçando para manter o padrão de qualidade. Ou seja, para selecionar-se o que agrada ou não o ouvido é preciso ouvir, sentir e depois esboçar opinião, ou seja, o consumo se dará, ou se escutou uma música pela última vez.
Show que foste - livros que têm lido?
Fabrício Vasconcellos e Fabiano Bacchieri (versos e canções)....trabalho terrunho pela escolha do repertório e pela qualidade dos dois.
...os 2 últimos: Memória de minhas putas tristes (Gabriel García Márques) e Mitologia (Histórias de Deuses e Heróis – de Thomas Bulfinch).
Como vês a influência da música da região do Prata na música nativista gaúcha?
Integração total...nossa música é muito influenciada e felizmente é, pela música gaucha. Temos muito o que aprender com os hermanos mas com certeza ao tempo temos criado uma identidade musical ainda que sob influências (e isso é natural do desenvolvimento cultural de um povo) mas com uma “cara” particular.
Festivais, primeiro festival composição e parceria?
Primeiro festival...Círio de Pelotas em 1994, com a milonga Fronteiro...em parceria com um colega de faculdade, o Corredale.
Como
encaras esse meio ao mesmo tempo aberto, democrático, mas também
bastante criticado por certa impressão de “panelas” dos festivais?
Festivais fora do RS, festivais fechados?
Não entendo que existam panelas. Como em todo movimento cultural o que existe são afinidades e gostos...que aproximam certas pessoas e afastam algumas outras. Isso existe. Porém, quem critica o faz normalmente porque talvez não tenha amadurecido seu trabalho o suficiente e quando em “concorrência” numa triagem por ex, não tem ainda um trabalho a altura de outros que vivem, estudam e se aprimoram dia-a-dia. Sinceramente, raras vezes, mas muito raras vezes, vi uma grande composição que por anos nunca teve seu espaço...as vezes, por questão de gosto uma ou outra música não premia, por ex, num festival. Mas não podemos atribuir isso a panela, a princípio. Por outro lado, como em tudo, sabemos que o ser-humano é falível...e nesses casos, havendo injustiça premeditada, que estas pessoas sejam acusadas de fato, com provas...porque se por um lado não podemos fazer falsos apontamentos, por outro não podemos deixar que ninguém brinque com o sentimento de ninguém.
Fala um pouco da tua experiência nessa trajetória dos festivais? Triagens, premiações?
Felizmente, participei com minhas músicas de praticamente todos os festivais nativistas do estado do RS e também SC. Como são muitos anos enviando trabalhos e compondo, tenho essa felicidade. Quanto a prêmios também tenho a satisfação de ter sido muitas vezes premiado, em conjunto com meus parceiros. Brevemente, lançarei um site em que divulgarei cada prêmio...cada música, festival, etc. (www.marcionunescorrea.com)
Vencer o bairrismo é algo que inevitavelmente, acontecerá...ou achas que não existe essa diferenciação de estados? Acreditas que algum dia a música mais trabalhada (gaúcha/nativista) alcance um respaldo maior dentro do cenário musical brasileiro?
Não. Não acredito. Nossa música em seus ritmos, seus temas, sua linguagem é universal para nosso universo...nosso país é muito grande...são vários países num só. Sinceramente, nem quero pensar que nossa música algum dia alcance esse ponto. Acho impossível. O que entende um brasileiro sem rotina nos nossos campos, com nossa História, bioma, etc ao ouvir a frase?... por ex: - Mal clareia, antes de alçar a perna no meu redomão, percebi que a geada entanguia a várzea, bem mais que na minha melena tordilha.
Fala um pouco da tua experiência como jurado, estás preparado pras críticas, como lidas com elas?
Não tenho experiências como jurado de festivais grandes....mas nos que participei, ache algo natural ou seja, sendo sincero com o que pensamos e sentimos como adequado ou de qualidade, não há problemas. Basta sermos sinceros ao que pensamos. Porém, confesso que ser jurado de festivais é uma tarefa que em nada me atrai.
Quanto a crítica, ninguém gosta de ser criticado, mas precisamos aprender a conviver com elas...ainda que seja difícil.
Como é a sua relação com os outros músicos de SC e RS, Argentina, Uruguai?
Em relação a outros países, não tenho relação pessoal ou de parceria...apenas admiro-os muito. Já no RS e SC conheço muita gente buena...alguns convivo muito pouco, mas sei deles e penso que sabem de mim...pelos meus versos.
Como é pra ti saber que sua música ganha fronteiras além do RS?
Uma alegria sem tamanha...isso fortifica o que falei, ou seja, que a mensagem ganhando estrada, esteja alcançando muitas almas e corações desprendidos.
Não entendo que existam panelas. Como em todo movimento cultural o que existe são afinidades e gostos...que aproximam certas pessoas e afastam algumas outras. Isso existe. Porém, quem critica o faz normalmente porque talvez não tenha amadurecido seu trabalho o suficiente e quando em “concorrência” numa triagem por ex, não tem ainda um trabalho a altura de outros que vivem, estudam e se aprimoram dia-a-dia. Sinceramente, raras vezes, mas muito raras vezes, vi uma grande composição que por anos nunca teve seu espaço...as vezes, por questão de gosto uma ou outra música não premia, por ex, num festival. Mas não podemos atribuir isso a panela, a princípio. Por outro lado, como em tudo, sabemos que o ser-humano é falível...e nesses casos, havendo injustiça premeditada, que estas pessoas sejam acusadas de fato, com provas...porque se por um lado não podemos fazer falsos apontamentos, por outro não podemos deixar que ninguém brinque com o sentimento de ninguém.
Fala um pouco da tua experiência nessa trajetória dos festivais? Triagens, premiações?
Felizmente, participei com minhas músicas de praticamente todos os festivais nativistas do estado do RS e também SC. Como são muitos anos enviando trabalhos e compondo, tenho essa felicidade. Quanto a prêmios também tenho a satisfação de ter sido muitas vezes premiado, em conjunto com meus parceiros. Brevemente, lançarei um site em que divulgarei cada prêmio...cada música, festival, etc. (www.marcionunescorrea.com)
Vencer o bairrismo é algo que inevitavelmente, acontecerá...ou achas que não existe essa diferenciação de estados? Acreditas que algum dia a música mais trabalhada (gaúcha/nativista) alcance um respaldo maior dentro do cenário musical brasileiro?
Não. Não acredito. Nossa música em seus ritmos, seus temas, sua linguagem é universal para nosso universo...nosso país é muito grande...são vários países num só. Sinceramente, nem quero pensar que nossa música algum dia alcance esse ponto. Acho impossível. O que entende um brasileiro sem rotina nos nossos campos, com nossa História, bioma, etc ao ouvir a frase?... por ex: - Mal clareia, antes de alçar a perna no meu redomão, percebi que a geada entanguia a várzea, bem mais que na minha melena tordilha.
Fala um pouco da tua experiência como jurado, estás preparado pras críticas, como lidas com elas?
Não tenho experiências como jurado de festivais grandes....mas nos que participei, ache algo natural ou seja, sendo sincero com o que pensamos e sentimos como adequado ou de qualidade, não há problemas. Basta sermos sinceros ao que pensamos. Porém, confesso que ser jurado de festivais é uma tarefa que em nada me atrai.
Quanto a crítica, ninguém gosta de ser criticado, mas precisamos aprender a conviver com elas...ainda que seja difícil.
Como é a sua relação com os outros músicos de SC e RS, Argentina, Uruguai?
Em relação a outros países, não tenho relação pessoal ou de parceria...apenas admiro-os muito. Já no RS e SC conheço muita gente buena...alguns convivo muito pouco, mas sei deles e penso que sabem de mim...pelos meus versos.
Como é pra ti saber que sua música ganha fronteiras além do RS?
Uma alegria sem tamanha...isso fortifica o que falei, ou seja, que a mensagem ganhando estrada, esteja alcançando muitas almas e corações desprendidos.
Como
lida com o assédio que vem naturalmente como resposta ao trabalho que
desenvolve? Como é tua relação com os fãs e com os novos músicos?
Hehehehe. Comigo não existe isso. Apenas recebo o carinho de pessoas que ouvem os versos, uma eventual música que cantei, pois não sou cantor, mas me arrisco... Estou sempre disposto a ajudar, orientar, etc, quem me procura...tenho muito parceiro hoje de destaque (músicos e compositores), que iniciaram fazendo parcerias comigo em palcos e em composições. Portanto, fui ajudado e sempre estarei a disposição para ajudar, dar uma dica, uma orientação para alguém que queira madurar um verso, que é onde me arrisco mais.
Viver de música : utopia ou realidade?
Eu não vivo profissionalmente da música, pois tenho outra atividade profissional. Mas percebo que hoje em dia muitos amigos vivem da música e se dedicando, estudando, etc...têm conseguido projeção. Gosto de frases e uma em especial de uma....”nós somos frutos das nossas escolhas”..., ou seja, uma vez tomada a decisão tem que ter trabalho, acreditar e ir polindo o talento que todos temos, quando se fala em sentimento.
Fala um pouco dessa parceria de tantos anos e tantos frutos com Fabiano Bacchieri?
O Fabiano foi um dos primeiros parceiros a incentivar meu trabalho, na mesma época do Juarez. É do seu caráter, ajudar pessoas. Quando na época do 1º Círio ele foi um dos primeiros a apoiar os meus versos, ou seja, valorizar...isso estimulou-me para que continuasse escrevendo. Ele sempre musicando meus versos e daí em diante naturalmente acabamos nos tornando amigos e parceiros que comungam de uma visão muito similar do que deve ser feito quanto a arte musical sulina. Afora isso, o Fabiano é um dos referencias da música de responsabilidade....tem um culto reto, verdadeiro e apaixonado...mas com a sabedoria, do que deve ser feito. Artista que merece cada vez mais valorização por parte de quem gosta da verdadeira música regional e campeira.
Qual é a melhor coisa do ambiente dos palcos, dos festivais, rodeios...como você elege um festival para ir?
Aualmente, conversando com nossos parceiros e optando por festivais que realmente dêem visibilidade ao nosso trabalho...com CD, transmissão de rádio ou TV, ou seja, que estendam o espaço geográfico para divulgar nossas mensagens.
A melhor coisa do ambiente dos palcos é o convívio entre pessoas que lambem sal no mesmo cocho, ou seja, comungam de similares ideiais em relação a arte e cultura.
Como vês a divulgação que é feita das músicas em geral, dos festivais? Rádios, gravadoras?
Fica devendo!....Os festivais são grandes laboratórios de arte...e sempre que se preocupam com qualidade (com escolha de bons jurados, com identidade clara em seus objetivos, etc), tem-se um repertório médio de boa qualidade e, portanto, constituindo um produto realmente de valor. Acho que algumas rádios até buscam divulgar um pouco, mas não percebo avanço em relação ao apoio de gravadoras.
Vamos falar um pouco da tua discografia, fala um pouco das parcerias, gravadora, receptividade do público...Como você lida com a importância que teve o “Se indo pro campo”, tido como um dos melhores discos conceituais nativistas?
Ficamos muito felizes ao ouvir e saber dessa “indicação”. Fizemos o CD com muito carinho na escolha do repertório, produção, arte visual etc. Portanto, nos honra que um trabalho verdadeiro tenha sido compreendido pelas consumidores de música.
Minhas parcerias que até hoje realmente se efetivaram foram as que naturalmente se construíram...até tentei ousar parcerias com alguns grandes compositores, mas elas são aconteceram de fato quando a comunhão de sentimentos se estabeleceu. E isso não se faz por decreto...é anímico, abstrato...mas existe de fato.
A gravadora que nos apoia nesse trabalho e apostou na idéia foi a Gravadora Vertical...grandes parceiros nossos.
Percebemos ao longo dos anos, desde que lançamos o CD Se indo pro Campo, que o mesmo (sem que tenha sido feito com este objetivo), se tornou um marco do nosso trabalho...tanto meu (que era o 1º. CD), como acredito que na carreira do Fabiano também.
A poesia “Esqueçam de mim” é um desabafo? A alma do poeta sofre com mais intensidade a dura realidade?
Surpreendente questão. Acho que sim...é um desabafo sim. Na verdade fala de questões que todos vivemos e expressamos de diferentes maneiras. A minha foi expondo este cotidiano em versos. Ainda hoje, quando vejo algo ser feito, algo que não condiz com a lógica humana (a que tenho comigo), lembro dos versos...ou seja, uso como um tônico...fortificante...e fico feliz de saber que outras pessoas admiram a poesia.
Me lembro quando li a primeira vez (ainda escrita num caderno), para alguns amigos enquanto viajávamos para um festival (eu, Fabrício Vasconcellos, Fabiano Bacchieri, Eduardo Munoz e Silvério Barcellos)...ao final da poesia, todos choravam...
“Se indo para bailanta”, fala dele também (parcerias), como nasceu esse CD, o que espera que ele alcance, você gosta de bailes, freqüenta? Fala um pouco da participação do Hélvio Casalinho nesse disco.
Não vou mais a bailanta, por um motivo...elas quase não mais existem. Pensamos em fazer um CD num astral verdadeiro, como sempre, mas diferente do primeiro, ou seja, com temáticas de campo mas não toda de lida...falando do baile, dos amores, das vivências fora do arreio...mas retratando cenas também do cotidiano do homem de campo.
O Hélvio ouviu minha idéia e se agradou, tornando-se parceiro...a partir daí ficamos 1 ano compondo e ajustando versos, mostrando para amigos (que colocavam melodia), e o resultado é que chegamos a um CD de alto astral, campeiro, bailável ou mesmo para ouvir, com uma produção musical belíssima do Negrinho Martins (grande artista brasileiro).
Hehehehe. Comigo não existe isso. Apenas recebo o carinho de pessoas que ouvem os versos, uma eventual música que cantei, pois não sou cantor, mas me arrisco... Estou sempre disposto a ajudar, orientar, etc, quem me procura...tenho muito parceiro hoje de destaque (músicos e compositores), que iniciaram fazendo parcerias comigo em palcos e em composições. Portanto, fui ajudado e sempre estarei a disposição para ajudar, dar uma dica, uma orientação para alguém que queira madurar um verso, que é onde me arrisco mais.
Viver de música : utopia ou realidade?
Eu não vivo profissionalmente da música, pois tenho outra atividade profissional. Mas percebo que hoje em dia muitos amigos vivem da música e se dedicando, estudando, etc...têm conseguido projeção. Gosto de frases e uma em especial de uma....”nós somos frutos das nossas escolhas”..., ou seja, uma vez tomada a decisão tem que ter trabalho, acreditar e ir polindo o talento que todos temos, quando se fala em sentimento.
Fala um pouco dessa parceria de tantos anos e tantos frutos com Fabiano Bacchieri?
O Fabiano foi um dos primeiros parceiros a incentivar meu trabalho, na mesma época do Juarez. É do seu caráter, ajudar pessoas. Quando na época do 1º Círio ele foi um dos primeiros a apoiar os meus versos, ou seja, valorizar...isso estimulou-me para que continuasse escrevendo. Ele sempre musicando meus versos e daí em diante naturalmente acabamos nos tornando amigos e parceiros que comungam de uma visão muito similar do que deve ser feito quanto a arte musical sulina. Afora isso, o Fabiano é um dos referencias da música de responsabilidade....tem um culto reto, verdadeiro e apaixonado...mas com a sabedoria, do que deve ser feito. Artista que merece cada vez mais valorização por parte de quem gosta da verdadeira música regional e campeira.
Qual é a melhor coisa do ambiente dos palcos, dos festivais, rodeios...como você elege um festival para ir?
Aualmente, conversando com nossos parceiros e optando por festivais que realmente dêem visibilidade ao nosso trabalho...com CD, transmissão de rádio ou TV, ou seja, que estendam o espaço geográfico para divulgar nossas mensagens.
A melhor coisa do ambiente dos palcos é o convívio entre pessoas que lambem sal no mesmo cocho, ou seja, comungam de similares ideiais em relação a arte e cultura.
Como vês a divulgação que é feita das músicas em geral, dos festivais? Rádios, gravadoras?
Fica devendo!....Os festivais são grandes laboratórios de arte...e sempre que se preocupam com qualidade (com escolha de bons jurados, com identidade clara em seus objetivos, etc), tem-se um repertório médio de boa qualidade e, portanto, constituindo um produto realmente de valor. Acho que algumas rádios até buscam divulgar um pouco, mas não percebo avanço em relação ao apoio de gravadoras.
Vamos falar um pouco da tua discografia, fala um pouco das parcerias, gravadora, receptividade do público...Como você lida com a importância que teve o “Se indo pro campo”, tido como um dos melhores discos conceituais nativistas?
Ficamos muito felizes ao ouvir e saber dessa “indicação”. Fizemos o CD com muito carinho na escolha do repertório, produção, arte visual etc. Portanto, nos honra que um trabalho verdadeiro tenha sido compreendido pelas consumidores de música.
Minhas parcerias que até hoje realmente se efetivaram foram as que naturalmente se construíram...até tentei ousar parcerias com alguns grandes compositores, mas elas são aconteceram de fato quando a comunhão de sentimentos se estabeleceu. E isso não se faz por decreto...é anímico, abstrato...mas existe de fato.
A gravadora que nos apoia nesse trabalho e apostou na idéia foi a Gravadora Vertical...grandes parceiros nossos.
Percebemos ao longo dos anos, desde que lançamos o CD Se indo pro Campo, que o mesmo (sem que tenha sido feito com este objetivo), se tornou um marco do nosso trabalho...tanto meu (que era o 1º. CD), como acredito que na carreira do Fabiano também.
A poesia “Esqueçam de mim” é um desabafo? A alma do poeta sofre com mais intensidade a dura realidade?
Surpreendente questão. Acho que sim...é um desabafo sim. Na verdade fala de questões que todos vivemos e expressamos de diferentes maneiras. A minha foi expondo este cotidiano em versos. Ainda hoje, quando vejo algo ser feito, algo que não condiz com a lógica humana (a que tenho comigo), lembro dos versos...ou seja, uso como um tônico...fortificante...e fico feliz de saber que outras pessoas admiram a poesia.
Me lembro quando li a primeira vez (ainda escrita num caderno), para alguns amigos enquanto viajávamos para um festival (eu, Fabrício Vasconcellos, Fabiano Bacchieri, Eduardo Munoz e Silvério Barcellos)...ao final da poesia, todos choravam...
“Se indo para bailanta”, fala dele também (parcerias), como nasceu esse CD, o que espera que ele alcance, você gosta de bailes, freqüenta? Fala um pouco da participação do Hélvio Casalinho nesse disco.
Não vou mais a bailanta, por um motivo...elas quase não mais existem. Pensamos em fazer um CD num astral verdadeiro, como sempre, mas diferente do primeiro, ou seja, com temáticas de campo mas não toda de lida...falando do baile, dos amores, das vivências fora do arreio...mas retratando cenas também do cotidiano do homem de campo.
O Hélvio ouviu minha idéia e se agradou, tornando-se parceiro...a partir daí ficamos 1 ano compondo e ajustando versos, mostrando para amigos (que colocavam melodia), e o resultado é que chegamos a um CD de alto astral, campeiro, bailável ou mesmo para ouvir, com uma produção musical belíssima do Negrinho Martins (grande artista brasileiro).
Em linhas gerais como avalia a tua imagem e responsabilidade sendo uma pessoa pública e voz para sentimentos de muitas pessoas?
Outra pergunta surpreendente. Sinceramente não tinha pensado nisso ainda. Tomara que a imagem seja do Marcio que sou de fato...Espero que com meu site, consiga interagir mais com as pessoas e saber delas o que elas pensam...pois hoje tenho dificuldade de dimensionar algo para te dar a resposta.
Você trata nas suas poesias muito da temática tropeira, a que você atribui essa identificação?
Meu avô foi tropeiro, peão e capataz de estância. Talvez seja daí, pois fui e me influencio ainda muito pelo o que ele me contava...uma pena não ter gravado entrevistas com ele, pois daria um grande livro falando sobre a lida de campo, mas espero nos meus versos estar contando esta “História dos homens de campo”. Por fim, também porque talvez porque a tropa retrate um pouco do que somos.
Acreditas que a música feita hoje sobreviverá à voracidade e volatilidade do mundo de hoje, resistindo e sendo lembrada daqui a algum tempo?
Sim...a arte com base sólida, sobrevive ao tempo.
Que times torces, comidas, bebidas?
Grêmio. Esse é meu time de fato e único. Sou bueno de garfo...mas se puder escolher sempre comerei pratos com carne...e gosto de cozinhar também.
Bebida: vinho de todos os pêlos (tinto, branco...)... mas não disparo de uma cerveja...hehehe
O que te faz sentir de alma lavada?
Quando algo justo acontece....algo que tem trabalho por trás, envolvimento, sonhos projetados, mas sobretudo honestidade e valores humanos de fundamento.
O que te faz sentir-se mal?!
O inverso.
Fala um pouquinho da tua vida fora dos palcos?
Sou Médico Veterinário e atuo como professor de Clínica de Ruminantes (bovinos e ovinos), na Faculdade de Veterinária da UFPel. Também desenvolvo atividades de pesquisa nessa mesma área. Meu grupo de trabalho chama-se NUPEEC – Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (www.ufpel.edu.br/nupeec) e tenho comigo quase 50 jovens fazendo graduação e pós-graduação...pessoas de muitos sonhos projetados e trabalho duro no dia-a-dia.
Planos pro futuro?
Estar feliz...com minha esposa, filhos que virão e minha família com saúde. Trabalhar cumprindo com minha missão de colaborar na formação de profissionais....e poder escrever sempre o que penso e que deixe alguma mensagem, para pensar, para sonhar, para viver!...
Mensagem para as pessoas que admiram seu trabalho?
Estejam próximos...mandem um chasque, deixe eu descobrir os motivos que nos fizeram ter sentimentos confluentes nas temáticas de campo, de vida e das relações.
Sua relação com a internet?
Em função do meu trabalho...uso muito...e como já disse, agora fiz um site que em breve disponibilizarei para todos amigos e tenho também uma conta no Facebook...com estes dois veículos quero estar próximo daqueles que querem meu ouvir ou precisam ser ouvidos.
www.marcionunescorrea.com
Fonte da Entrevista: Blog Proseando com o Quarto de Ronda
Outra pergunta surpreendente. Sinceramente não tinha pensado nisso ainda. Tomara que a imagem seja do Marcio que sou de fato...Espero que com meu site, consiga interagir mais com as pessoas e saber delas o que elas pensam...pois hoje tenho dificuldade de dimensionar algo para te dar a resposta.
Você trata nas suas poesias muito da temática tropeira, a que você atribui essa identificação?
Meu avô foi tropeiro, peão e capataz de estância. Talvez seja daí, pois fui e me influencio ainda muito pelo o que ele me contava...uma pena não ter gravado entrevistas com ele, pois daria um grande livro falando sobre a lida de campo, mas espero nos meus versos estar contando esta “História dos homens de campo”. Por fim, também porque talvez porque a tropa retrate um pouco do que somos.
Acreditas que a música feita hoje sobreviverá à voracidade e volatilidade do mundo de hoje, resistindo e sendo lembrada daqui a algum tempo?
Sim...a arte com base sólida, sobrevive ao tempo.
Que times torces, comidas, bebidas?
Grêmio. Esse é meu time de fato e único. Sou bueno de garfo...mas se puder escolher sempre comerei pratos com carne...e gosto de cozinhar também.
Bebida: vinho de todos os pêlos (tinto, branco...)... mas não disparo de uma cerveja...hehehe
O que te faz sentir de alma lavada?
Quando algo justo acontece....algo que tem trabalho por trás, envolvimento, sonhos projetados, mas sobretudo honestidade e valores humanos de fundamento.
O que te faz sentir-se mal?!
O inverso.
Fala um pouquinho da tua vida fora dos palcos?
Sou Médico Veterinário e atuo como professor de Clínica de Ruminantes (bovinos e ovinos), na Faculdade de Veterinária da UFPel. Também desenvolvo atividades de pesquisa nessa mesma área. Meu grupo de trabalho chama-se NUPEEC – Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (www.ufpel.edu.br/nupeec) e tenho comigo quase 50 jovens fazendo graduação e pós-graduação...pessoas de muitos sonhos projetados e trabalho duro no dia-a-dia.
Planos pro futuro?
Estar feliz...com minha esposa, filhos que virão e minha família com saúde. Trabalhar cumprindo com minha missão de colaborar na formação de profissionais....e poder escrever sempre o que penso e que deixe alguma mensagem, para pensar, para sonhar, para viver!...
Mensagem para as pessoas que admiram seu trabalho?
Estejam próximos...mandem um chasque, deixe eu descobrir os motivos que nos fizeram ter sentimentos confluentes nas temáticas de campo, de vida e das relações.
Sua relação com a internet?
Em função do meu trabalho...uso muito...e como já disse, agora fiz um site que em breve disponibilizarei para todos amigos e tenho também uma conta no Facebook...com estes dois veículos quero estar próximo daqueles que querem meu ouvir ou precisam ser ouvidos.
www.marcionunescorrea.com
Fonte da Entrevista: Blog Proseando com o Quarto de Ronda
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