Por Tiago Soldá A menina sonhava alto, mas seu vôo não alcançava o céu. Pudera! Não tinha asas para voar. Sonhava em dançar, em conquistar ...
Por Tiago Soldá
A menina sonhava alto, mas seu vôo não alcançava o céu. Pudera! Não tinha asas para voar. Sonhava em dançar, em conquistar o mundo com sua arte. Que arte? Não tinha condições para isso. A arte é para poucos. De família humilde, mal tinha roupas para usar... tolice delirar!
Mas sua alma não desistia! Ela via seus amigos bailarem por ai, e ficava sempre pensando: "um dia vou dançar!". E quem disse que a dança deveria ter castas, barreiras sociais? Porque uma menina simples não pode dançar? Pode! Deve! Deve? Mas como?
A menina é apenas mais uma, em um país desigual, onde poucos ganham muito, e muitos ganham pouco. Onde poucos se preocupam com os menos favorecidos. Que mal faz uma menina simples dançar? Haveria uma lei que a impediria? Hummm, talvez "as coisas da vida" a impedirão.
Mas sozinha, não se assustou! Arrumou um emprego e foi atrás daquilo que lhe realizaria. Batendo pregos, colando solas, cada centavo era um passo a mais. Fechava os olhos e imaginava o dia que poderia dançar, deslizar, flutuar... em seu sonho, sempre era aplaudida de pé, em um lugar cheio de gente! O que poderia ser?
Uma sapatilha surrada, usada, foi seu instrumento de trabalho... vai pra lá, vai pra cá... um, dois, um, dois.... a pobre menina não media forças para aprender o que lhe realizaria! Mal ela sabia do que lhe aguardava. "De novo!", gritava ela quando errava. Sabia que somente ela poderia lhe ajudar! Onze horas, meia noite, uma da manhã.... um, e dois, um, e dois. Duas, três horas da manhã. Exausta, ia para casa. Seis horas acordava para trabalhar!
Toca o despertador! Com a alegria de quem jamais desiste, se vai pra mais uma jornada de trabalho! E com um convite nas mãos: o grande dia, sua grande apresentação! Convidou todos seus amigos, sua família... deu um jeitinho para que cada um pudesse lhe ver naquele fim de semana. Valia a pena?
Finalmente o sonho iria se realizar! Teria tudo valido a pena? Noites mal dormidas, condições parcas, alimentação mal feita. Mas com aqueles companheiros, achou sua verdadeira família, onde cada um, com seu jeitinho, tinha dado uma força para a menina. As "tias", os "tios"... a alimentação coletiva, as noites dormindo juntos em pról de um bem comum. Chegara a hora!
Vai menina! Voa! Te deram asas e agora ninguém poderá te segurar. Teu sonho é realidade! Busca teu objetivo, chora e brilha. O palco do ENART é teu! O mais querido de todos os tablados é todo teu, e tal qual nos teus melhores sonhos, milhares te assistem. Arrepia, emociona! Tua alma simples dança. E nós aplaudimos de pé! BRAVO!
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Uma homenagem a todos que fazem da dança a forma mais bonita de expressão, e principalmente no tradicionalismo, ajudem os mais simples a sonhar. Nunca esqueçam da nossa função social!
Fonte: Blog do Rogério Bastos
A menina sonhava alto, mas seu vôo não alcançava o céu. Pudera! Não tinha asas para voar. Sonhava em dançar, em conquistar o mundo com sua arte. Que arte? Não tinha condições para isso. A arte é para poucos. De família humilde, mal tinha roupas para usar... tolice delirar!
Mas sua alma não desistia! Ela via seus amigos bailarem por ai, e ficava sempre pensando: "um dia vou dançar!". E quem disse que a dança deveria ter castas, barreiras sociais? Porque uma menina simples não pode dançar? Pode! Deve! Deve? Mas como?
A menina é apenas mais uma, em um país desigual, onde poucos ganham muito, e muitos ganham pouco. Onde poucos se preocupam com os menos favorecidos. Que mal faz uma menina simples dançar? Haveria uma lei que a impediria? Hummm, talvez "as coisas da vida" a impedirão.
Mas sozinha, não se assustou! Arrumou um emprego e foi atrás daquilo que lhe realizaria. Batendo pregos, colando solas, cada centavo era um passo a mais. Fechava os olhos e imaginava o dia que poderia dançar, deslizar, flutuar... em seu sonho, sempre era aplaudida de pé, em um lugar cheio de gente! O que poderia ser?
Uma sapatilha surrada, usada, foi seu instrumento de trabalho... vai pra lá, vai pra cá... um, dois, um, dois.... a pobre menina não media forças para aprender o que lhe realizaria! Mal ela sabia do que lhe aguardava. "De novo!", gritava ela quando errava. Sabia que somente ela poderia lhe ajudar! Onze horas, meia noite, uma da manhã.... um, e dois, um, e dois. Duas, três horas da manhã. Exausta, ia para casa. Seis horas acordava para trabalhar!
Toca o despertador! Com a alegria de quem jamais desiste, se vai pra mais uma jornada de trabalho! E com um convite nas mãos: o grande dia, sua grande apresentação! Convidou todos seus amigos, sua família... deu um jeitinho para que cada um pudesse lhe ver naquele fim de semana. Valia a pena?
Finalmente o sonho iria se realizar! Teria tudo valido a pena? Noites mal dormidas, condições parcas, alimentação mal feita. Mas com aqueles companheiros, achou sua verdadeira família, onde cada um, com seu jeitinho, tinha dado uma força para a menina. As "tias", os "tios"... a alimentação coletiva, as noites dormindo juntos em pról de um bem comum. Chegara a hora!
Vai menina! Voa! Te deram asas e agora ninguém poderá te segurar. Teu sonho é realidade! Busca teu objetivo, chora e brilha. O palco do ENART é teu! O mais querido de todos os tablados é todo teu, e tal qual nos teus melhores sonhos, milhares te assistem. Arrepia, emociona! Tua alma simples dança. E nós aplaudimos de pé! BRAVO!
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Uma homenagem a todos que fazem da dança a forma mais bonita de expressão, e principalmente no tradicionalismo, ajudem os mais simples a sonhar. Nunca esqueçam da nossa função social!
Fonte: Blog do Rogério Bastos
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