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O Papa Francisco e a Missa Crioula

Não sei de vocês, leitores do blog, mas eu já estou gostando do novo Papa. Passada a decepção de não ter sido ordenado um Pontífice brasile...

Não sei de vocês, leitores do blog, mas eu já estou gostando do novo Papa. Passada a decepção de não ter sido ordenado um Pontífice brasileiro, podemos dizer que, se não temos um Papa gaúcho, temos um Papa gaucho (sem acento) de três bandeiras. Embora não sendo correntino e nem missioneiro (nascido nas missões) como andam dizendo por aí, mas missionário jesuíta, e crioulo de Buenos Aires, Papa Francisco, que prega a humildade, gosta de tomar um mate amargo e, na sua juventude, foi um grande DANÇADOR DE MILONGAS!

Aproveitando a "Semana Papal" e como hoje é domingo, vamos falar um pouco sobre a Missa Crioula, tão comum, também, nesta cultura gaúcha, ou gaucha, sem fronteiras.  

Papa Francisco, quando cardeal em Buenos Aires, tomando um mate - 2009

Através da Missa Crioula – qual rodeio de reza – queremos louvar e agradecer ao Bom Patrão do Céu pelas maravilhas que Ele proporcionou ao povo gaúcho ao longo da História.

Mas donde vem esta Missa tão diferente? A Igreja sempre apóia àqueles que defendem e promovem os autênticos valores do Homem. E vê no Tradicionalismo Gaúcho aquela terra boa para semear e fazer crescer tais valores. Por isso, a presença de sacerdotes e de seminaristas faz-se notar desde a formação do Departamento de Tradições Gaúchas, em 1957, no Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia no Seminário Maior Imaculada Conceição de Viamão. No ano seguinte, esse departamento tornou-se uma entidade independente com o nome de CTG Centauro dos Pampas e o lema: “Conhecer para Amar”, sob a liderança de Paulo Aripe e Caetano Secundino Borges Caon.

E já em 1959, a 5 de julho, teve lugar a Missa Gauchesca, durante a realização do 1º Congresso Tradicionalista Estudantil, na Escola Técnica de Agricultura de Viamão. Tendo como presidente da celebração o saudoso Pe. Érico Ferrari (mais tarde Bispo de Santa Maria), ainda em latim, a missa foi acompanhada pelos “potrilhos de padre” com cânticos e comentários em linguagem gauchesca.


Com o advento do Concílio Vaticano II, houve a possibilidade de uma adaptação da Santa Missa aos usos, costumes e tradições do Rio Grande do Sul. E a 7 de abril de 1967, o Sr. Arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer, aprovou para “ocasiões extraordinárias” o texto da Missa Crioula eleborado pelo Pe. Paulo Aripe. Aos poucos, os demais Bispos do Estado deram apoio e aprovação. E o Rio Grande ganhou um rito crioulo da Santa Missa, fazendo jus às suas raízes cristãs.
 

Almejamos que a Missa Crioula continue a ser, como até agora nestes 40 anos, um momento de celebrar a vida do nosso povo e um instrumento eficaz de evangelização.
 

Padre Amadeu Canellas
 
Missa Campal, precursora da Missa Crioula, em frente a antiga igreja matriz de São Francisco de Paula, na década de 30.
 
 
Fonte: blog do Léo Ribeiro

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