Lembro-me ainda quando recebi a ligação avisando que falecera, naquela madrugada, de 11 de março de 2002, o principal pesquisador e ince...
Lembro-me
ainda quando recebi a ligação avisando que falecera, naquela madrugada,
de 11 de março de 2002, o principal pesquisador e incentivador das
tradições gaúchas, aos 72 anos, no Hospital nossa Senhora Aparecida, em
Camaquã. Luiz Carlos Barbosa Lessa nos deixava naquele dia.
Na infância Barbosa Lessa queria ser peão de estancia, mas o pai lhe exigiu um diploma. Foi alfabetizado pela mãe, que também lhe ensinou a teoria musical e, uma novidade na época, a datilografia.
Na infância Barbosa Lessa queria ser peão de estancia, mas o pai lhe exigiu um diploma. Foi alfabetizado pela mãe, que também lhe ensinou a teoria musical e, uma novidade na época, a datilografia.
Aos
12 anos fundou na escola o jornal "O Gonzagueano" em que publicou seus
primeiros contos regionais. Fundou um grupo musical chamado "Os
minuanos" que queria dedicar-se a musica regional, mas era inexistente
na época, então passou a cantar sertanejo de raiz e musica urbana
brasileira. Veio para a capital estudar e, no colegio Julio de
castilhos, a história do Rio Grande do Sul começava a ser mudada. Em
1954 formou-se em direito pela UFRGS, depois de, com seus colegas,
fundar o 35 CTG em 1948 e dedicar-se ao regionalismo. De 1950 a 1952
juntamente com o Paixao Cortes, sairam pelo Rio Grande pesquisando
nossas danças, usos e costumes, resultando no "Manual de Danças
Gaúchas" e o disco long-play (LP), o terceiro produzido no Brasil,
Danças Gaúchas, na voz de Inezita Barroso.
Incentivou
o primeiro Congresso de CTGs em 1954, onde apresentou a tese "O sentido
e o valor do tradicionalismo". Também em 54 foi morar em São Paulo e
trabalhar em rádio, televisão, cinema e teatro.
Barbosa
Lessa retornou ao Rio Grande do Sul em 1974 e logo em seguida, 1983,
foi convidado à ser Secretário de Cultura do governo Amaral de Souza, e
uma de suas maiores realizações foi a criação da casa de Cultura Mário
Quintana. Um infinito legado nos deixou. Foi um dos 20 gaúchos que
marcaram o seculo XX, promoção da RBS, escolhido pelo voto popular.
Centenas de obras ficaram no acervo da historia. Escreveu cerca de 61 obras, entre contos, músicas e romances. Participou intensivamente do processo de construção do Movimento que registrou e difundiu a cultura gaúcha do homem do campo.
Fonte: blog do Rogério Bastos
Centenas de obras ficaram no acervo da historia. Escreveu cerca de 61 obras, entre contos, músicas e romances. Participou intensivamente do processo de construção do Movimento que registrou e difundiu a cultura gaúcha do homem do campo.
Fonte: blog do Rogério Bastos
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