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Porto Alegre completa 243 anos de olho no futuro

Porto Alegre completa nesta quinta-feira seus 243 anos em processo acelerado de transformação. Mudanças ocorrem simultaneamente e impact...


Porto Alegre completa nesta quinta-feira seus 243 anos em processo acelerado de transformação. Mudanças ocorrem simultaneamente e impactam nas condições econômicas, culturais, ambientais e urbanísticas. Apesar de ter passado do período colonial ao moderno, com implementação de grandes prédios e estrutura viária, a cidade se mantém com perfil único. Nem gigantesca, como uma metrópole, nem tão pequena quanto um típico município do interior. Mesmo com a ampliação da região central e ocupação dos extremos Sul e Norte, a Capital ainda preserva características, que alguns definem como provincianas: o contato com vizinhos, a presença de mercados locais e de pequenas praças.

Aliás, os porto-alegrenses se orgulham de viverem em uma das cidades mais arborizadas do Brasil. Aos domingos, o hábito compartilhado entre boa parte dos habitantes é o de ficar próximo à vegetação durante os passeios na Redenção, no Parcão e no Marinha do Brasil. A defensa às árvores chegou a virar missão de muitos grupos sociais.

Alguns dizem que os moradores são avessos a mudanças, mas a própria população está se transformando. A tendência é de que os idosos sejam ainda mais numerosos nos próximos anos, o que deve refletir no mercado de trabalho e nas demandas de serviços.

Quem vive em Porto Alegre quer cada vez mais acessibilidade e melhorias na mobilidade e na saúde pública. Os problemas com o lixo e a poluição estão entre as grandes reclamações, assim como os engarrafamentos e a qualidade do transporte público. O excesso de veículos leva à necessidade de estimulo a formas alternativas e coletivas de locomoção.

Entre os motivos para as dificuldades de movimentação pelas ruas da cidade está a concentração de pessoas em determinadas regiões. E como não lembrar das transformações que sucedem nos bairros? Alguns passam por mudanças de perfil, em que as casas desaparecem para o surgimento de prédios e mais prédios, como ocorre no Auxiliadora e na região da Terceira Perimetral. Ao mesmo tempo, no extremo da zona Norte, em especial no bairro Sertório, a construção de novos edifícios tem ampliado a ocupação. Outra mudança foi a expansão em bairros mais populares, como Humaitá e Lomba do Pinheiro.

Dessa forma, a cidade vai ganhando cara nova, sem perder suas características, já que os moradores fazem de tudo para manter o jeito porto-alegrense. Com população mais velha ou mais nova, com estrutura viária mais desenvolvida ou não e com prédios altos e baixos, quem nasceu ou apenas optou por viver em Porto Alegre sabe que ela sempre será a dos domingos nos parques, a de povo crítico e politizado e a dona do mais lindo pôr-do-sol do mundo. Então, como não comemorar a chegada aos 243 anos desta cidade ímpar sem pensar nas próximas gerações? É um pouco deste misto de passado, presente e futuro que estarão entre os temas abordados nas matérias seguintes. Mas claro, antes de tudo, parabéns Porto Alegre!


Crianças pensam no futuro

Tomar banho no Guaíba, ver menos lixo nas ruas e ter uma cidade mais segura. Esses são alguns dos sonhos das crianças que daqui há uns anos farão parte de uma nova Porto Alegre. Uma cidade que terá o perfil mais envelhecido e que ainda demandará por melhorias em infraestrutura e meio ambiente.

Com idades entre 9 e 10 anos, o grupo de oito alunos do quarto ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Moradas da Hípica, no extremo sul de Porto Alegre, já está pensando no futuro da cidade. Envoltos a atividades ligadas à capital, eles conseguem, por meio de uma visão bem ingênua, identificar aqueles que são problemas atuais dos porto-alegrenses. Ao mesmo tempo, conseguem projetar a cidade ideal, com um viés mais humano e solidário.

Em questionamentos, eles mostraram grande preocupação com as condições ambientais, como a poluição e a limpeza do Guaíba. “Quero uma cidade mais limpa e sem lixo para os meus filhos”, comenta João Vitor dos Santos, 9 anos. Ao lado dele, o colega João Gabriel Lima, também diz que a questão do lixo requer atenção. E para reverter essa situação, ambos sabem que é importante a reciclagem e depositar os resíduos nos locais certos.

Nessa linha ambiental, Anderson da Silveira Gomes, 9 anos, aponta o desejo de nadar no Guaíba. E para a surpresa, os colegas confessaram ter a mesma vontade. “Por isso é importante que não haja poluição”, comenta ele. Mesmo com essa consciência mais apurada em relação ao meio ambiente, eles não conseguem entender da origem de tanta poluição. “Quero ensinar como se recicla o lixo para reduzir a sujeira da cidade”, revela Maria Eduarda Victorino, 10 anos.

A questão da mobilidade urbana também está presente na vida dos pequenos. Diariamente, muitos se deslocam de ônibus ou caminham até a escola. E, neste ponto, entre o carro e as caminhadas, praticamente todos disseram ter o desejo de poder caminhar mais ao invés de ficar preso em engarrafamentos. “Caminhando a gente pode conhecer mais a cidade e as pessoas”, comentou Dherik Xavier Pellenz, 9 anos. O viés mais social também se mostrou presente nas manifestações das crianças. “Seria bom uma cidade com mais respeito ao próximo”, resume Ana Carolina Braz Alves, 9 anos.

Por sinal, o desejo em saber mais da cidade, desvendar os seus prédios e conhecer mais sobre a história da evolução da capital, está presente em todos. Parte desse sonho foi realizado há poucas semanas quando eles fizeram o passeio da Linha Turismo, da Secretaria Municipal de Turismo, pelo Centro. “Conheci a Casa de Cultura Mário Quintana. É demais”, comenta Gustavo Castro de Souza, de 9 anos, ao citar um local que não conhecia antes do passeio. A Usina do Gasômetro, símbolo turístico da capital, foi a descoberta de Matheus Machado dos Santos, 10 anos, que se mudou há poucos meses para Porto Alegre. Natural de Taquari, ele confessa estar se adaptando à agitação da cidade. “Lá tudo era mais calmo”, diz.

Foto: Divulgação
Fonte: jornal Correio do Povo

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