Num dia 09 de março do ano de 1865 nascia em Pelotas João Simões Lopes Neto, primeiro escritor gaúcho a publicar um livro (Contos Gauches...
Num
dia 09 de março do ano de 1865 nascia em Pelotas João Simões Lopes
Neto, primeiro escritor gaúcho a publicar um livro (Contos Gauchescos e
lendas do Sul).
João Simões Lopes Neto era filho de Catão Bonifácio Lopes e Teresa de Freitas Ramos. Com treze anos de idade, foi ao Rio de Janeiro para estudar. Retornando ao Rio Grande do Sul, fixou-se em sua terra natal, Pelotas, então rica e próspera pelas mais de cinqüenta charqueadas que lhe davam a base econômica.
Simões Lopes Neto envolveu-se em uma série de iniciativas de negócios que incluíram uma fábrica de vidros e uma destilaria. Porém, os negócios fracassaram. Uma guerra civil no Rio Grande do Sul – a Revolução Federalista - abalou duramente a economia local. Depois disso, construiu uma fábrica de cigarros. Os produtos, fumos e cigarros, receberam o nome de "Marca Diabo", o que gerou protestos religiosos. Sua audácia empresarial levou-o ainda a montar uma firma para torrar e moer café, e desenvolveu uma fórmula à base de tabaco para combater sarna e carrapato. Ele fundou ainda uma mineradora, para explorar prata em Santa Catarina.
Casou-se em Pelotas, aos 27 anos, com Francisca de Paula Meireles Leite. Não tiveram filhos. Como escritor, Simões Lopes Neto procurou em sua produção literária valorizar a história do gaúcho e suas tradições. J. Simões Lopes Neto, sob o pseudônimo de "Serafim Bemol", e em parceria com Sátiro Clemente e D. Salustiano, escreveram, em forma de folhetim, "A Mandinga", poema em prosa. Mas a própria existência de seus co-autores é questionada. Provavelmente foi mais uma brincadeira de Simões Lopes Neto.
Em certa fase da vida, empobrecido, sobreviveu como jornalista em Pelotas. Publicou apenas quatro livros em sua vida: Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913) e Causos do Romualdo (1914).
Morreu em Pelotas, aos 51 anos, de uma úlcera perfurada. Sua literatura ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Sul e do Brasil e hoje pertence à literatura universal, tendo sido traduzido para diversas línguas.
Simões Lopes Neto só alcançou a glória literária postumamente, em especial após o lançamento da edição crítica de Contos Gauchescos e Lendas do Sul, em 1949, organizada para a Editora Globo por Augusto Meyer e com o decisivo apoio do editor Henrique Bertaso e de Èrico Veríssimo.
O livro Lendas do Sul foi a primeira obra literária no idioma português a ser publicada na rede mundial de computadores pelo aclamado Projeto Gutenberg, um empreendimento sem fins lucrativos empenhado em disseminar grandes clássicos da literatura gratuitamente (ou a preços nominais) ao grande público.
Ao lançar a primeira edição de Lendas do Sul, seu autor anunciou que estavam por sair Casos do Romualdo, que viria a ser lançado em 1914, e Terra Gaúcha e a existência das obras inéditas Peona e Dona, Jango Jorge, Prata do Taió e Palavras Viajantes. Mas dessas obras só foram encontradas por Dona Velha, como era conhecida a viúva do escritor, o que seria o segundo volume de Terra Gaúcha.
Dos demais, nada se encontrou, levando a crer que, ao se referir a inéditos, Simões Lopes Neto tinha em mente obras que ainda planejava escrever.
Terra Gaúcha, embora incompleta, foi publicada pela Editora Sulina, de Porto Alegre, em 1955.
O BIÊNIO JOÃO SIMÕES LOPES NETO
Como neste 2015 completam-se 150 anos de nascimento do escritor gaúcho João Simões Lopes Neto, e em 2016 cem anos da sua morte, o Governador José Ivo Sartori assinou decreto criando o Biênio Simoneano, onde, através da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul, grandes atividades serão realizadas para lembrar deste que foi um dos maiores escritores gaúchos de todos os tempos.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
João Simões Lopes Neto era filho de Catão Bonifácio Lopes e Teresa de Freitas Ramos. Com treze anos de idade, foi ao Rio de Janeiro para estudar. Retornando ao Rio Grande do Sul, fixou-se em sua terra natal, Pelotas, então rica e próspera pelas mais de cinqüenta charqueadas que lhe davam a base econômica.
Simões Lopes Neto envolveu-se em uma série de iniciativas de negócios que incluíram uma fábrica de vidros e uma destilaria. Porém, os negócios fracassaram. Uma guerra civil no Rio Grande do Sul – a Revolução Federalista - abalou duramente a economia local. Depois disso, construiu uma fábrica de cigarros. Os produtos, fumos e cigarros, receberam o nome de "Marca Diabo", o que gerou protestos religiosos. Sua audácia empresarial levou-o ainda a montar uma firma para torrar e moer café, e desenvolveu uma fórmula à base de tabaco para combater sarna e carrapato. Ele fundou ainda uma mineradora, para explorar prata em Santa Catarina.
Casou-se em Pelotas, aos 27 anos, com Francisca de Paula Meireles Leite. Não tiveram filhos. Como escritor, Simões Lopes Neto procurou em sua produção literária valorizar a história do gaúcho e suas tradições. J. Simões Lopes Neto, sob o pseudônimo de "Serafim Bemol", e em parceria com Sátiro Clemente e D. Salustiano, escreveram, em forma de folhetim, "A Mandinga", poema em prosa. Mas a própria existência de seus co-autores é questionada. Provavelmente foi mais uma brincadeira de Simões Lopes Neto.
Em certa fase da vida, empobrecido, sobreviveu como jornalista em Pelotas. Publicou apenas quatro livros em sua vida: Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913) e Causos do Romualdo (1914).
Morreu em Pelotas, aos 51 anos, de uma úlcera perfurada. Sua literatura ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Sul e do Brasil e hoje pertence à literatura universal, tendo sido traduzido para diversas línguas.
Simões Lopes Neto só alcançou a glória literária postumamente, em especial após o lançamento da edição crítica de Contos Gauchescos e Lendas do Sul, em 1949, organizada para a Editora Globo por Augusto Meyer e com o decisivo apoio do editor Henrique Bertaso e de Èrico Veríssimo.
O livro Lendas do Sul foi a primeira obra literária no idioma português a ser publicada na rede mundial de computadores pelo aclamado Projeto Gutenberg, um empreendimento sem fins lucrativos empenhado em disseminar grandes clássicos da literatura gratuitamente (ou a preços nominais) ao grande público.
Ao lançar a primeira edição de Lendas do Sul, seu autor anunciou que estavam por sair Casos do Romualdo, que viria a ser lançado em 1914, e Terra Gaúcha e a existência das obras inéditas Peona e Dona, Jango Jorge, Prata do Taió e Palavras Viajantes. Mas dessas obras só foram encontradas por Dona Velha, como era conhecida a viúva do escritor, o que seria o segundo volume de Terra Gaúcha.
Dos demais, nada se encontrou, levando a crer que, ao se referir a inéditos, Simões Lopes Neto tinha em mente obras que ainda planejava escrever.
Terra Gaúcha, embora incompleta, foi publicada pela Editora Sulina, de Porto Alegre, em 1955.
O BIÊNIO JOÃO SIMÕES LOPES NETO
Como neste 2015 completam-se 150 anos de nascimento do escritor gaúcho João Simões Lopes Neto, e em 2016 cem anos da sua morte, o Governador José Ivo Sartori assinou decreto criando o Biênio Simoneano, onde, através da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul, grandes atividades serão realizadas para lembrar deste que foi um dos maiores escritores gaúchos de todos os tempos.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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