A FUGA DE BENTO GONÇALVES - PARTE V A EXECUÇÃO DA FUGA Segundo alguns depoimentos, nas visitas constantes, ao Comandante do Forte do Mar,...
A FUGA DE BENTO GONÇALVES - PARTE V
A EXECUÇÃO DA FUGA
A EXECUÇÃO DA FUGA
Segundo
alguns depoimentos, nas visitas constantes, ao Comandante do Forte do
Mar, o Capitão Machado comprometeu-se em ajudar, porém pediu que não o
envolvesse diretamente na ação. Portanto, foi necessária uma soma
elevada, tanto para pagamento de propinas às sentinelas e ao
Comandante do Destacamento da Guarda, como para a operação de resgate e
transporte de retorno. Para isso, no dia 04 de setembro, o ourives
Manoel Gomes Pereira emprestou, em nome de Bento Gonçalves, 5.638,500
(cinco contos, seiscentos e trinta e oito mil e quinhentos réis). Este
dinheiro foi causa de desavença posteriormente.
Na semana anterior a fuga, Bento Gonçalves já havia recebido licença para tomar banho de mar próximo à rampa de acesso junto ao Forte, por lá existir um banco de areia onde, nos horários de maré baixa, a profundidade é pequena. No dia combinado, 10 de setembro, uma canoa com oito tripulantes vestindo camisa azul, simularia pescar na redondeza. Por volta das 10 horas Bento Gonçalves nadava junto ao forte, vigiado apenas por um sentinela, quando foi resgatado, de onde seguiu para a Ponta do Manguinho, na Ilha de Itaparica, sendo ele recebido pelo Capitão Manoel Joaquim Tupinambá, Juiz de Paz da Vila de Itaparica, que o acoitou em sua propriedade rural.
Quando acalmou a agitação, por volta das 13 horas, o Te. Cel Pinto Garcez, enviou um ofício ao Presidente da Província participando o ocorrido. Solicitava que mandasse prender imediatamente o Comandante do Forte e o Comandante do Destacamento da Guarda, bem como as praças que estavam de sentinela na hora da fuga. Ainda pedia que fosse mandado proceder um Conselho de Investigação para que pudessem ser conhecidos os verdadeiros fatos da fuga e, com isso, serem julgados os culpados.
Após uma semana, no dia 18 de setembro, o Presidente da Província escreve ao Ministro da Justiça, dizendo não ter conseguido capturar Bento Gonçalves e dá por encerradas as diligências a respeito. Cessadas as buscas, no início de outubro Bento Gonçalves foi trazido novamente para Salvador, sendo recebido pelo Ten. Cel Francisco José da Rocha.
Com a finalidade de dissimular seu retorno Fizeram o Governo acreditar que ele embarcaria em um navio para a América do Norte. Na verdade ele embarcou na Samuca Estrela do Sul, uma embarcação do maçom Antônio Gonçalves Pereira Duarte, que havia chegado com charque do Sul e retornava com farinha para Montevidéu.
Na cidade de Desterro (hoje Florianópolis) Bento Gonçalves desembarcou e veio, a cavalo, em direção a Viamão, onde se reuniu à força republicana que sitiava Porto Alegre, ali chegando no dia 10 de novembro.
Na semana anterior a fuga, Bento Gonçalves já havia recebido licença para tomar banho de mar próximo à rampa de acesso junto ao Forte, por lá existir um banco de areia onde, nos horários de maré baixa, a profundidade é pequena. No dia combinado, 10 de setembro, uma canoa com oito tripulantes vestindo camisa azul, simularia pescar na redondeza. Por volta das 10 horas Bento Gonçalves nadava junto ao forte, vigiado apenas por um sentinela, quando foi resgatado, de onde seguiu para a Ponta do Manguinho, na Ilha de Itaparica, sendo ele recebido pelo Capitão Manoel Joaquim Tupinambá, Juiz de Paz da Vila de Itaparica, que o acoitou em sua propriedade rural.
Quando acalmou a agitação, por volta das 13 horas, o Te. Cel Pinto Garcez, enviou um ofício ao Presidente da Província participando o ocorrido. Solicitava que mandasse prender imediatamente o Comandante do Forte e o Comandante do Destacamento da Guarda, bem como as praças que estavam de sentinela na hora da fuga. Ainda pedia que fosse mandado proceder um Conselho de Investigação para que pudessem ser conhecidos os verdadeiros fatos da fuga e, com isso, serem julgados os culpados.
Após uma semana, no dia 18 de setembro, o Presidente da Província escreve ao Ministro da Justiça, dizendo não ter conseguido capturar Bento Gonçalves e dá por encerradas as diligências a respeito. Cessadas as buscas, no início de outubro Bento Gonçalves foi trazido novamente para Salvador, sendo recebido pelo Ten. Cel Francisco José da Rocha.
Com a finalidade de dissimular seu retorno Fizeram o Governo acreditar que ele embarcaria em um navio para a América do Norte. Na verdade ele embarcou na Samuca Estrela do Sul, uma embarcação do maçom Antônio Gonçalves Pereira Duarte, que havia chegado com charque do Sul e retornava com farinha para Montevidéu.
Na cidade de Desterro (hoje Florianópolis) Bento Gonçalves desembarcou e veio, a cavalo, em direção a Viamão, onde se reuniu à força republicana que sitiava Porto Alegre, ali chegando no dia 10 de novembro.
Óleo sobre tela de Guido Mondin |
A FUGA DE BENTO GONÇALVES - PARTE VI
REPERCUSSÕES DA FUGA
Os jornais, em todo o Brasil, de setembro a novembro, exploraram o assunto "Fuga de Bento Gonçalves", tanto quando esteve preso no Rio de Janeiro, sua chegada na Bahia, sua fuga e as repercussões que ela causou no ambiente político da época.
O jornal baiano Correio Mercantil publica um pequeno artigo, o que a maioria já havia previsto, ou seja, que Bento Gonçalves não permaneceria por muito tempo na prisão.
".......quando soubemos da chegada de Bento Gonçalves a esta cidade, tivemos certeza do destino que a ella trazia, logo nos persuadimos que em breve, algum descuido, ou alguma facilidade, lhe forneceria ocasião de se escapar. Não se diga que este juízo foi precipitado....."
O jornal O Chronista, do Rio de Janeiro, foi bastante direto e não poupou críticas ao ex-Ministro da Justiça, quando assim escreveu:
".....apenas Bento Gonçalves retirou-se mansa e pacificamente o Rio Grande, mandou o Sr. Montezuma publicar no Diário do Rio, os offícios que remetera ao Presidente da Bahia recomendando-lhe reo de tanta importância. Julga com isto o ex-ministro arredar de si a suspeita de haver dado escapula ao General Republicano. Ora o Snr. Montezumma nos julga muito tolos".
O Echo da Religião e do Império, jornal pernambucano, atacou, inclusive, a maçonaria:
"Os Clubs políticos perdem o Brasil.!... Brasileiros. Vós estaes perdidos!... A Religião, o Throno, a Pátria, estão em sima de um tremendo volcão de muitas crateras: São os Clubs políticos Republicanos. Elles estrangulárão a França, elles vão perder o Brasil. Monarchistas brasileiros sinceros, brasileiros cathólicos, vós que não estaes ainda tonsurados com os signaes da Besta, que sonolência he esta!! Acordai, reflecti e tremei......"
E mais adiante conclui:
".....Bento Gonçalves, o afilhado, o predilecto dos Clubs Políticos, não fugio porque taes proporções não são de fugida, são de proteção, de aliança, de confidencia".
O único jornal a sair em defesa de Bento Gonçalves foi o jornal baiano O Censor:
".... Nem na Corte, nem no Rio Grande, se lhe fez corpo de delicto, nem culpa, nem processo, nem se houve a menor atenção e nenhuma das formalidades que a constituição requer para que um reo seja considerado tal, e legalmente conservado em prisão".
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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