Mesmo do outro lado do mundo, gaúchos dão um jeito de fazer churrasco Foto: PTG China Veia/Divulgação A China é bem longe do Rio Grande...
Mesmo do outro lado do mundo, gaúchos dão um jeito de fazer churrasco
Foto: PTG China Veia/Divulgação
Foto: PTG China Veia/Divulgação
A China é bem longe do Rio Grande do Sul, tem uma cultura totalmente diferente, mas nem por isso conseguiu afastar um grupo de 30 gaúchos das tradições. Moradores da cidade de Dongguan, na região Sul da China, eles aceitaram o desafio de trabalhar do outro lado do mundo, desde que não abandonassem o churrasco de fim de semana e a roda de chimarrão. Para agregar o maior número de gaúchos possível, criaram o Piquete de Tradições Gaúchas (PTG) China Veia.
Os integrantes são, em sua maioria, funcionários de companhias de exportação de sapatos e curtumes e seus familiares. Costumam visitar o Brasil e as cidades em que nasceram, como Campo Bom, Novo Hamburgo, Sapiranga, Taquara e Dois Irmãos, no máximo duas vezes por ano. São nestas visitas que abastecem as bagagens com itens que só encontram na terra natal.
“Quando vamos de férias, enchemos a mala de garupa, ela vem forrada de erva-mate e outros produtos tradicionais da nossa culinária gaúcha. A carne hoje não é mais problema, porque tem a carne local e importada, com variedades como costela bovina, picanha, filé e até vazio”, conta o patrão do PTG China Veia, Crodoaldo Batista de Araújo, ao G1.
Fundada em 1º de janeiro de 2012, a entidade ainda não está oficialmente filiada ao Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Conforme Rogério Bastos, coordenador da 40ª região tradicionalista (responsável pelas instituições tradicionalistas localizadas fora do Rio Grande do Sul), o PTG China Veia já está em processo de filiação. Neste mês, devem participar do encontro de conselheiros do MTG.
“São os primeiros com tudo em dia para se filiarem, só dependemos das formalidades”, explica Bastos.
Estrutura o PTG já tem. O patrão conta que a sede tem espaço para acomodar 150 pessoas e fica em um hotel cercado de arbustos, com características que, segundo Araújo, lembram muito os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs).
É na sede que acontecem os encontros a cada três semanas, com o objetivo de unir os 30 integrantes, as famílias e convidados. Além dos almoços e jantas, são promovidos eventos como torneios de truco, domingueiras, missa e batizado crioulo, comemorações da Semana Farroupilha, mateada e bailes ao som do grupo formado por integrantes do PTG, chamado Banda Nativa.
No ano passado, o piquete realizou a façanha de levar para a China o artista gaúcho Pirisca Grecco. Neste ano, em 14 de novembro, querem repetir o feito, levando além do Pirisca, o cantor Luiz Marenco, para um evento para a comunidade brasileira, aberto também para os chineses.
Com os encontros, os gaúchos do PTG China Veia garantem que conseguem matar um pouco da saudade do Rio Grande do Sul mesmo estando a milhares de quilômetros de distância e pelo menos 21 horas de voo.
“Lógico que ainda temos nossas limitações, mas quando se cultiva a cultura e a união familiar, as dificuldades são superadas”, diz o patrão.
Fonte: Portal G1 / Jogos Farroupilha - Rio Grande do Sul
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