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Ação de javalis preocupa produtores e causa mais danos que o abigeato

Predador avanço sobre aramados das estâncias e cães de guarda, inquietando mais os ovinocultores que ladrões de gado, cavalo e ovelha ...

Predador avanço sobre aramados das estâncias e cães de guarda, inquietando mais os ovinocultores que ladrões de gado, cavalo e ovelha

Por: Nilson Mariano

No Estado, onde os primeiros javalis apareceram há 25 anos, vindos ou importados do Uruguai, os ovinocultores estão alarmados. Os predadores preocupam mais que os abigeatários (ladrões de gado, cavalo e ovelha). Somente na Estância São Marcos, em Rosário do Sul, foram mortos 1.950 borregos da raça merino australiano, a partir de janeiro de 2012. O plantel foi reduzido de 5 mil para 3 mil ovelhas, para desespero do proprietário, Arnol Fernandes Guerra, 89 anos.

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 O prejuízo da São Marcos é calculado em quase R$ 390 mil, se for contabilizado que um cordeiro adulto vale R$ 200. Um dos filhos de Arnol, o veterinário Alexandre Guerra, 46 anos, diz que o javali sente o cheiro da placenta da ovelha, no momento do parto, e ataca o recém-nascido:

– Ele vai, faz a refeição dele e cai fora.

 As investidas ocorrem principalmente entre julho e outubro, no período da parição. Os merinos da São Marcos são valiosos mais pela lã do que pela carne. O zootecnista Olímpio Guerra, irmão de Alexandre, ressalta que rendem uma lã de exportação tão fina que é preciso lente de aumento para vê-la. Mede 18,49 mícrons – um mícron equivale à milésima parte do milímetro.

 – Exportamos para o Uruguai, que paga US$ 15 pelo quilo da lã – destaca Olímpio.

Criadores imaginavam que os javalis não ousariam chegar à porteira das estâncias, guarnecidas por aramados e cães. Entraram inclusive nos currais. No final do ano passado, sentindo-se impotente ao avanço da praga, um grupo de ovinocultores de Livramento enviou carta à presidente Dilma Rousseff pedindo ajuda. Pequenos fazendeiros, como Zair Rodrigues, 77 anos, da localidade de São Diogo, em Quaraí, estão falindo. Ele cogita reduzir o rebanho para o consumo da família.

– De cem carneiros que nasceram este ano, 70 foram comidos por eles – conta Zair.

Os javalis surgiram nos campos de Quaraí em 2008. No início, ao notar desfalques isolados no rebanho, Zair não sabia de quem era a culpa, podia ser do graxaim, o solitário lobinho do pampa. Nos últimos três anos, porém, a matança se intensificou.

– Minhas ovelhas estão pousando no pátio, guardadas por três cachorros, mas não durmo tranquilo – relata Zair.


Fonte: jornal Zero Hora e Rádio Fronteira Gaúcha

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