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Promotor indefere pedido de tombamento do Grêmio Gaúcho

PROMOTOR DE JUSTIÇA USA ATÉ MARTIN FIERRO PARA JUSTIFICAR INDEFERIMENTO A PEDIDO DE TOMBAMENTO DO GRÊMIO GAÚCHO Todo o esforço d...

PROMOTOR DE JUSTIÇA USA ATÉ MARTIN FIERRO PARA JUSTIFICAR INDEFERIMENTO A PEDIDO DE TOMBAMENTO DO GRÊMIO GAÚCHO




Todo o esforço de um dos poucos legisladores municipais a preocuparem-se com as tradições gaúchas e em manter a nossa memória cultural, Bernardino Vendruscolo (na foto com este blogueiro), parece estar sendo em vão.

Ontem, na boca da noite, o tribuno entregou-me cópia da negativa do Promotor de Justiça Alexandre Sikinowski Saltz em promover o tombamento do prédio que abrigou o Grêmio Gaúcho, a primeira entidade tradicionalista do Estado, presidida pelo Major João Cezimbra Jacques, hoje Patrono do Tradicionalismo.

A solicitação do ilustre vereador acontece, e é negada, pela segunda vez. Com certeza tais indeferimentos não levam em conta o real valor histórico deste imóvel que agora serve de abrigo a mendigos e drogados.

E o interessante é que o MP se justifica utilizando, inclusive, uma sextilha do saudoso poeta argentino José Hernandez.

Vejam a fundamentação na íntegra:

É caso de indeferimento da instauração de inquérito civil.

Em que pese a busca por novos elementos de convicção, as novas diligências apenas ratificaram o que já estava consignado nos autos do expediente: a desnecessidade de preservar o imóvel, que se encontra descaracterizado de suas estruturas originais.

Evidenciado que o prédio encontra-se em estado avançado de degradação, havendo apenas resquícios daquilo que outrora foi. O relatório da EPAHC juntada à primeira representação expôs que paredes, forros, pisos e estruturas de cobertura foram demolidos e substituídos por novos elementos. Externamente, as fotos incorporadas nestes autos traduzem a decomposição do bem que, para alguns, faz parte da história da tradição gaúcha.

A situação do imóvel traz a mente a memória da decadência já descrita por José Hernandez em seu Martin Fierro.

"Es la memoria um gran don.
Calidá muy meritória;
Y aquellos que en esta historia
Sospechen que les doy palo,
Sepan que olvidar lo malo
También es tener memroia"
(José Hernandez, El Gaucho Martin Fierro)

É de se acreditar que a memória do Rio Grande do Sul já está preservada pelos inúmeros Centros de Tradições espalhados pelo mundo. Através destes se mantém pulsante os costumes de nosso povo e a identidade e homens e mulheres que marcaram os caminhos da formação de nosso Estado. Por isso, não há de se falar em esquecimento da história Rio Grandense ou sequer de Major Cezimbra Jacques.

Ademais, para além da situação de ruína, o imóvel foi declarado de utilidade pública para fins de desapropriação, com vistas à ampliação a Avenida Tronco.

Sendo assim, não há necessidade de tutela a ser promovida por esta Promotoria no caso em questão, tendo em vista inexistir objeto de valor histórico-cultural a ser preservado. Tão logo não se afigura a necessidade de prosseguimento com atos investigatórios ou manejo de Ação Civil Pública.

Alexandre Sikinowski Saltz
Promotor de Justiça   
  
Nota do blog: Enquanto membros do nosso poder judiciário pensarem desta maneira, amparados por intelectos do executivo que não dão o menor valor à seu patrimônio histórico, como poderemos repreender um pichador de monumentos? Como desejar possuir uma cultura própria e diferenciada? Como poderemos repassar aos nossos filhos um passado que, em pouco tempo, não sobrará nem ruínas? 


Berço do tradicionalismo recebeu um "Não" do MP

Fonte: blog do Léo Ribeiro