PRIMEIRAS REPRESENTAÇÕES Encontram-se representações da cruz dupla em La Ferrasie, na Dordonha e em Las Batuecas, na Espanha, desde a era...
PRIMEIRAS REPRESENTAÇÕES
Encontram-se representações da cruz dupla em La Ferrasie, na Dordonha e em Las Batuecas, na Espanha, desde a era pré-histórica.
Na interpretação de alguns, o montante vertical é um meridiano e localiza o Norte e o Sul; a barra horizontal mais curta, representa o solstício de inverno, e a mais longa, o de verão; o conjunto simboliza, portanto, o percurso do sol durante um ano.
A CRUZ DUPLA NA HISTÓRIA
É em Jerusalém que se identificam os primeiros vestígios da cruz dupla. Desde o século IV é sob a forma da cruz dupla que são representadas as relíquias da Cruz Verdadeira utilizada na Paixão de Cristo, reencontrada por Santa Helena sobre o Monte das Oliveiras. Esta representação foi adotada porque seria o símbolo do poder dos Patriarcas de Jerusalém, guardiões da Cruz Verdadeira.
A mesma figura se encontra sobre todos os túmulos de Patriarcas, de Byzance até o Monte Athos, em Attica e a partir dessa região difundiu-se na Rússia, onde foi chamada “Cruz Russa” e na Hungria, onde se tornou “Cruz de Hungria”, passando a ser um emblema da realeza. A cruz dupla chegou ao Ocidente com o comércio de relíquias, à época dos merovíngios. No século VI, o Imperador de Byzance, Justino II ofereceu uma relíquia a Santa Radegonde. Chegando a Tours dentro de um magnífico relicário esmaltado esta relíquia foi festejada com euforia por uma multidão entusiástica ao som do hino “Vexila Regis prodeunt”, composto especialmente pelo poeta Fortunat e está, atualmente, guardada na Igreja da Santa Cruz de Poitiers. Existem relicários semelhantes, cada qual mais ricamente adornado, em muitas partes da Europa e, naturalmente, na França, em Eymoutiers na Haute-Vienne.
Também conhecida como “Cruz de Santo Eloi” ou de “São Luis da Santa Capela”, este símbolo está relacionado às Cruzadas e, até mesmo, atribuem-lhe poderes mágicos. Sua forma serviu de modelo para a planificação de belas igrejas e catedrais: na Inglaterra, em Lincoln, Rochester ou Worcester e na França, como é o caso das igrejas da Abadia de Cluny, de Saint Benoît no Loire, e Saint Quentin.
A cruz dupla aparece também nas moedas e nas insígnias dos cruzados, iniciando com os Templários, desde que estes foram constituídos como Ordem pelo Patriarca de Jerusalém, Guarimond, em 1119. Deu-se o mesmo com a Ordem dos Hospitaleiros do Espírito Santo ou de Saint Géréon, na Palestina e depois com a Ordem da Cruz de Anjou.
A CRUZ DE ANJOU
Em 1241, o bispo Thomas de Hierapetra, em Creta, doou uma relíquia da Verdadeira Cruz de Cristo, que teria pertencido anteriormente a Gervais de Comène, patriarca de Constantinopla, a Jean de Allaye, cavaleiro angevino que retornava ao seu país, de volta da Terra Santa. Jean de Allaye doou-a, por sua vez, para a Abadia Bernardina de La Boissière, em Anjou. Esta relíquia, é feita de uma madeira dura, provavelmente cedro e composta de três ramos: um vertical com 28 cm, e dois atravessados, um com 8 cm e o outro com 11 cm. Em 1357 foi colocada sob a proteção dos Jacobinos de Angers e durante a Guerra dos Cem Anos, em 1379, guardada em segurança no Castelo de Angers por Luis I de Anjou que criou, nesta ocasião, a ordem de cavalaria, “Ordem da Cruz de Anjou”. Ao fim da Guerra dos Cem Anos, em 1456, a relíquia retornou para a Abadia de La Boissière. Em 1790, foi transferida para o Hospício dos Incuráveis, de Baugé e escapou miraculosamente às destruições revolucionárias. Em Heráldica, a Cruz de Anjou é negra e a Cruz de Hungria é branca.
A Cruz de Anjou foi reconhecida como Cruz de Lorena, apenas no século XV, graças a René I de Anjou, o Bom, Duque de Lorena de 1431 a 1453 que a difundiu pelos seus estados. Seu neto, René II, Duque de Lorena de 1473 a 1508, utilizou-a para atestar ser herdeiro direto de Godofredo de Bulhões e, portanto, do Reino de Jerusalém e para justificar suas pretensões sobre o Reino da Hungria, como herdeiro da Rainha Joana II. René II escolheu como divisa para seu selo real : “Rinatus Dei Gratia Hungria Ierusalem et Siciliae Rex.” “René pela graça de Deus, rei de Hungria, de Jerusalém e da Sicília.”
SIGNIFICADOS DA CRUZ DE LORENA
A Cruz de Lorena, simbolizava que os Duques de Lorena eram duplamente cristãos: por serem príncipes de um Estado cristão e como os conquistadores de Jerusalém.
• É uma representação cristã de uma cruz comum de suplício com a tabuleta de inscrição, escolhida como símbolo da Paixão de Cristo.
• É uma afirmação do poder dos Patriarcas do Oriente nos tempos de perseguições e da resistência da Fé contra todos os ataques.
• É um símbolo das Cruzadas e da Cavalaria e, portanto, sempre da resistência e da honra da Fé.
• É um símbolo dos direitos dos duques de Lorena sobre seus diversos estados e de suas pretensões sobre os reinados de Jerusalém e da Hungria.
• É um símbolo da resistência da Lorena e do direito de permanência dos seus habitantes em sua terra, contra todos os seus inimigos.
Na Batalha de Nancy, contra Carlos O Temerário que nela perdeu a vida, René II de Anjou fez suas tropas portarem a cruz dupla para se distinguirem dos borgonhenses, que ostentavam a Cruz de Santo André.
O SIMBOLISMO CRISTÃO DA DUPLA TRAVESSA
O símbolo da cruz, uma trave vertical com uma transversal, representa a Paixão de Cristo e o instrumento de tortura sobre o qual Jesus foi crucificado. Então por que se juntou a esta uma transversal menor? Era costume dos romanos escrever em uma prancheta (chamada titulus ou superscriptio) e colocá-la sobre a cabeça do crucificado com o seu nome e o motivo de sua condenação. Assim foi colocada sobre a cabeça de Jesus a prancheta com a inscrição “I.N.R.I”: Iesus Nazarenus, Rex Iudaecorum (Jesus de Nazareth Rei dos Judeus)! Pilatos usou este costume, para humilhar e ridicularizar um pouco mais o povo colocando em subentendido à expressão "rei dos judeus", ou "aquele que se pretendia...". Nessa ocasião, em resposta aos protestos do povo, depois do “eu lavo as minhas mãos”, ele pronunciou a famosa frase: " o que está escrito está escrito!".
Esta prancheta nominativa teria se desenvolvido, na segunda travessa horizontal da cruz dupla, pois, os romanos costumavam repetir a inscrição em latim, grego e hebraico nos títulos, o que torna o texto, longo o suficiente para justificar a utilização de um pedaço de madeira com um bom tamanho.
Os historiadores se esforçam para comprovar como verdadeira a relíquia de Santa Helena mantida na Basílica Santa Cruz, em Roma. Encontrada por acaso em 01 de Fevereiro de 1492, dentro de uma caixa de chumbo escondida em um nicho da igreja, a relíquia seria um grande pedaço da tabuleta da "Verdadeira Cruz" descoberta por Santa Helena no Calvário em 326 .
Desde essa época, a cruz dupla aparece nas armas das cidades que pretendem demonstrar o seu apoio à Lorena. Ela também servirá como símbolos dos restabelecimentos católicos durante as guerras religiosas.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
Encontram-se representações da cruz dupla em La Ferrasie, na Dordonha e em Las Batuecas, na Espanha, desde a era pré-histórica.
Na interpretação de alguns, o montante vertical é um meridiano e localiza o Norte e o Sul; a barra horizontal mais curta, representa o solstício de inverno, e a mais longa, o de verão; o conjunto simboliza, portanto, o percurso do sol durante um ano.
A CRUZ DUPLA NA HISTÓRIA
É em Jerusalém que se identificam os primeiros vestígios da cruz dupla. Desde o século IV é sob a forma da cruz dupla que são representadas as relíquias da Cruz Verdadeira utilizada na Paixão de Cristo, reencontrada por Santa Helena sobre o Monte das Oliveiras. Esta representação foi adotada porque seria o símbolo do poder dos Patriarcas de Jerusalém, guardiões da Cruz Verdadeira.
A mesma figura se encontra sobre todos os túmulos de Patriarcas, de Byzance até o Monte Athos, em Attica e a partir dessa região difundiu-se na Rússia, onde foi chamada “Cruz Russa” e na Hungria, onde se tornou “Cruz de Hungria”, passando a ser um emblema da realeza. A cruz dupla chegou ao Ocidente com o comércio de relíquias, à época dos merovíngios. No século VI, o Imperador de Byzance, Justino II ofereceu uma relíquia a Santa Radegonde. Chegando a Tours dentro de um magnífico relicário esmaltado esta relíquia foi festejada com euforia por uma multidão entusiástica ao som do hino “Vexila Regis prodeunt”, composto especialmente pelo poeta Fortunat e está, atualmente, guardada na Igreja da Santa Cruz de Poitiers. Existem relicários semelhantes, cada qual mais ricamente adornado, em muitas partes da Europa e, naturalmente, na França, em Eymoutiers na Haute-Vienne.
Também conhecida como “Cruz de Santo Eloi” ou de “São Luis da Santa Capela”, este símbolo está relacionado às Cruzadas e, até mesmo, atribuem-lhe poderes mágicos. Sua forma serviu de modelo para a planificação de belas igrejas e catedrais: na Inglaterra, em Lincoln, Rochester ou Worcester e na França, como é o caso das igrejas da Abadia de Cluny, de Saint Benoît no Loire, e Saint Quentin.
A cruz dupla aparece também nas moedas e nas insígnias dos cruzados, iniciando com os Templários, desde que estes foram constituídos como Ordem pelo Patriarca de Jerusalém, Guarimond, em 1119. Deu-se o mesmo com a Ordem dos Hospitaleiros do Espírito Santo ou de Saint Géréon, na Palestina e depois com a Ordem da Cruz de Anjou.
A CRUZ DE ANJOU
Em 1241, o bispo Thomas de Hierapetra, em Creta, doou uma relíquia da Verdadeira Cruz de Cristo, que teria pertencido anteriormente a Gervais de Comène, patriarca de Constantinopla, a Jean de Allaye, cavaleiro angevino que retornava ao seu país, de volta da Terra Santa. Jean de Allaye doou-a, por sua vez, para a Abadia Bernardina de La Boissière, em Anjou. Esta relíquia, é feita de uma madeira dura, provavelmente cedro e composta de três ramos: um vertical com 28 cm, e dois atravessados, um com 8 cm e o outro com 11 cm. Em 1357 foi colocada sob a proteção dos Jacobinos de Angers e durante a Guerra dos Cem Anos, em 1379, guardada em segurança no Castelo de Angers por Luis I de Anjou que criou, nesta ocasião, a ordem de cavalaria, “Ordem da Cruz de Anjou”. Ao fim da Guerra dos Cem Anos, em 1456, a relíquia retornou para a Abadia de La Boissière. Em 1790, foi transferida para o Hospício dos Incuráveis, de Baugé e escapou miraculosamente às destruições revolucionárias. Em Heráldica, a Cruz de Anjou é negra e a Cruz de Hungria é branca.
A Cruz de Anjou foi reconhecida como Cruz de Lorena, apenas no século XV, graças a René I de Anjou, o Bom, Duque de Lorena de 1431 a 1453 que a difundiu pelos seus estados. Seu neto, René II, Duque de Lorena de 1473 a 1508, utilizou-a para atestar ser herdeiro direto de Godofredo de Bulhões e, portanto, do Reino de Jerusalém e para justificar suas pretensões sobre o Reino da Hungria, como herdeiro da Rainha Joana II. René II escolheu como divisa para seu selo real : “Rinatus Dei Gratia Hungria Ierusalem et Siciliae Rex.” “René pela graça de Deus, rei de Hungria, de Jerusalém e da Sicília.”
SIGNIFICADOS DA CRUZ DE LORENA
A Cruz de Lorena, simbolizava que os Duques de Lorena eram duplamente cristãos: por serem príncipes de um Estado cristão e como os conquistadores de Jerusalém.
• É uma representação cristã de uma cruz comum de suplício com a tabuleta de inscrição, escolhida como símbolo da Paixão de Cristo.
• É uma afirmação do poder dos Patriarcas do Oriente nos tempos de perseguições e da resistência da Fé contra todos os ataques.
• É um símbolo das Cruzadas e da Cavalaria e, portanto, sempre da resistência e da honra da Fé.
• É um símbolo dos direitos dos duques de Lorena sobre seus diversos estados e de suas pretensões sobre os reinados de Jerusalém e da Hungria.
• É um símbolo da resistência da Lorena e do direito de permanência dos seus habitantes em sua terra, contra todos os seus inimigos.
Na Batalha de Nancy, contra Carlos O Temerário que nela perdeu a vida, René II de Anjou fez suas tropas portarem a cruz dupla para se distinguirem dos borgonhenses, que ostentavam a Cruz de Santo André.
O SIMBOLISMO CRISTÃO DA DUPLA TRAVESSA
O símbolo da cruz, uma trave vertical com uma transversal, representa a Paixão de Cristo e o instrumento de tortura sobre o qual Jesus foi crucificado. Então por que se juntou a esta uma transversal menor? Era costume dos romanos escrever em uma prancheta (chamada titulus ou superscriptio) e colocá-la sobre a cabeça do crucificado com o seu nome e o motivo de sua condenação. Assim foi colocada sobre a cabeça de Jesus a prancheta com a inscrição “I.N.R.I”: Iesus Nazarenus, Rex Iudaecorum (Jesus de Nazareth Rei dos Judeus)! Pilatos usou este costume, para humilhar e ridicularizar um pouco mais o povo colocando em subentendido à expressão "rei dos judeus", ou "aquele que se pretendia...". Nessa ocasião, em resposta aos protestos do povo, depois do “eu lavo as minhas mãos”, ele pronunciou a famosa frase: " o que está escrito está escrito!".
Esta prancheta nominativa teria se desenvolvido, na segunda travessa horizontal da cruz dupla, pois, os romanos costumavam repetir a inscrição em latim, grego e hebraico nos títulos, o que torna o texto, longo o suficiente para justificar a utilização de um pedaço de madeira com um bom tamanho.
Os historiadores se esforçam para comprovar como verdadeira a relíquia de Santa Helena mantida na Basílica Santa Cruz, em Roma. Encontrada por acaso em 01 de Fevereiro de 1492, dentro de uma caixa de chumbo escondida em um nicho da igreja, a relíquia seria um grande pedaço da tabuleta da "Verdadeira Cruz" descoberta por Santa Helena no Calvário em 326 .
Desde essa época, a cruz dupla aparece nas armas das cidades que pretendem demonstrar o seu apoio à Lorena. Ela também servirá como símbolos dos restabelecimentos católicos durante as guerras religiosas.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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