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Como surgiu o Festival Ronco do Bugio

Fátima Gimenez e grupo no 1º Ronco do Bugio em 1986 Na década de 1980 proliferava no estado os festivais nativistas. Tendo a Califórni...

Fátima Gimenez e grupo no 1º Ronco do Bugio em 1986

Na década de 1980 proliferava no estado os festivais nativistas. Tendo a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana por pioneira, ocorreu no Rio Grande, em determinado tempo, em torno de 80 festivais ao ano.

O serrano João Cincinato Terra sentiu a necessidade do município de São Francisco de Paula acompanhar aquele movimento musical que se acentuava nas cidades riograndenses. Trocando ideias com o diretor do conjunto Os Serranos, Edson Dutra, os intentos foram amadurecendo. Tendo a convicção de que o ritmo bugio era originário dos campos de cima da serra, Edson havia tentado constituir em sua terra natal, Bom Jesus, um festival do gênero. Como esta localidade já realizava o ACORDE, um encontro de conjuntos musicais, seus ideais não foram postos em prática. Por que não realizar então tal festival no Berço do Bugio, São Francisco de Paula? Foi o que ocorreu.

Recebendo o apoio do então prefeito Luiz Antônio Salvador, do Cancioneiro das Coxilhas Honeyde Bertussi  e dos integrantes do grupo Os Mirins (Chico e Albino), também serranos, no ano de 1986, sob um lonão de circo e um frio de renguear cusco, num meio de semana, para que os conjuntos de baile pudessem participar, aconteceu o 1º Ronco do Bugio que teve como vencedora a composição “Levanta Bugio” do cantor Leonardo, acompanhado pelo grupo Os Monarcas.

O Festival Ronco do Bugio, agora em sua 26ª edição, é um evento genuíno, sendo o único do Rio Grande do Sul onde só podem participar concorrentes que executem o mesmo ritmo musical, ou seja, o bugio.

Se o nascedouro do "balanço de passo de ganso" ainda gera discussões, uma coisa é certa: São Francisco de Paula preocupou-se em preservar, através da música, não só o primeiro e único gênero musical gaúcho, como também chamar a atenção de todos para a quase que extinção deste primata de nossas matas, onde, em nome do progresso, quase não se ouve mais roncar o bugio.


Fonte: blog do Léo Ribeiro

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