Certa feita, no tempo em que o MTG promovia excursões de gaúchos tradicionalistas para diversos Estados Brasileiros com o intuito de d...
Certa
feita, no tempo em que o MTG promovia excursões de gaúchos
tradicionalistas para diversos Estados Brasileiros com o intuito de
divulgar nossa cultura mundo a fora, eu estava nos pavilhões do Parque
Anhembi, em São Paulo. Haviam partido 36 ônibus de diversas partes do
Rio Grande do Sul, muitos foram de carros particulares ou de avião, com
esta missão de demonstrar nossos costumes a todos que visitassem o
Salão do Automóvel daquele ano. Juntamente com nosso pessoal de São
Francisco de Paula, foram, no mesmo ônibus, a turma de Santo Antônio da
Patrulha.
Chegamos quase um dia atrasados dos demais pois, durante a viagem, nos lugares que entrávamos, tocando e cantando, não nos deixavam sair tão cedo.
Teria dezenas de histórias e estórias para contar desta viagem mas o foco da postagem é outro.
Quando chegamos lá a organização do evento havia preparado uma barraca do exército para cada cidade fazer sua sede, além de toneladas de carne para serem assadas e distribuídas aos visitantes. As barracas formavam um imenso corredor de rio-grandenses.
Pois bueno.
Qual não foi nossa surpresa ao clarear o primeiro dia ao percebermos que havia um vão, um vazio, nas barracas postadas lado a lado das "cidades" gaúchas vizinhando.
O que aconteceu foi que uma turma, de uma determinada cidade do interior do Rio Grande do Sul, durante a boca da madruga desmanchou sua barraca e foram armá-la distante do citado acampamento. Ficaram isolados por gosto e conta própria. Longe, inclusive, dos turistas.
Ao serem questionados pelos organizadores o por que de tal gesto responderam que "não se misturavam por serem mais gaúchos que os outros".
Isto tudo é apenas grande preâmbulo para eu poder perguntar: - Existe alguém mais gaúcho do que os outros gaúchos? Este ufanismo de determinadas regiões do Estado tem fundamento?
Toco neste assunto por lembrar que os Irmãos Bertussi, por muito tempo, foram desconsiderados pelos "verdadeiros gaúchos" por serem "gringos". No primeiro Congresso Tradicionalista, em Santa Maria foram ignorados pelos "gaúchos autênticos".
Agora, durante os festejos farroupilhas, por dezenas de vezes ouvi as terminologias "gauchinho de apartamento" ou "gaúcho setembrino".
Quer dizer então que se tu não lida no campo, não é proprietário de terra, não tens o direito de cultivar nossas tradições?
Este é um tema para várias postagens e, futuramente, vamos voltar ao assunto.
Chegamos quase um dia atrasados dos demais pois, durante a viagem, nos lugares que entrávamos, tocando e cantando, não nos deixavam sair tão cedo.
Teria dezenas de histórias e estórias para contar desta viagem mas o foco da postagem é outro.
Quando chegamos lá a organização do evento havia preparado uma barraca do exército para cada cidade fazer sua sede, além de toneladas de carne para serem assadas e distribuídas aos visitantes. As barracas formavam um imenso corredor de rio-grandenses.
Pois bueno.
Qual não foi nossa surpresa ao clarear o primeiro dia ao percebermos que havia um vão, um vazio, nas barracas postadas lado a lado das "cidades" gaúchas vizinhando.
O que aconteceu foi que uma turma, de uma determinada cidade do interior do Rio Grande do Sul, durante a boca da madruga desmanchou sua barraca e foram armá-la distante do citado acampamento. Ficaram isolados por gosto e conta própria. Longe, inclusive, dos turistas.
Ao serem questionados pelos organizadores o por que de tal gesto responderam que "não se misturavam por serem mais gaúchos que os outros".
Isto tudo é apenas grande preâmbulo para eu poder perguntar: - Existe alguém mais gaúcho do que os outros gaúchos? Este ufanismo de determinadas regiões do Estado tem fundamento?
Toco neste assunto por lembrar que os Irmãos Bertussi, por muito tempo, foram desconsiderados pelos "verdadeiros gaúchos" por serem "gringos". No primeiro Congresso Tradicionalista, em Santa Maria foram ignorados pelos "gaúchos autênticos".
Agora, durante os festejos farroupilhas, por dezenas de vezes ouvi as terminologias "gauchinho de apartamento" ou "gaúcho setembrino".
Quer dizer então que se tu não lida no campo, não é proprietário de terra, não tens o direito de cultivar nossas tradições?
Este é um tema para várias postagens e, futuramente, vamos voltar ao assunto.
Léo
Ribeiro, Porca Véia e Paulo Ubiratã, no Anhembi, SP - ao fundo a
fileira de barracas da gauchada uma delas, por serem mais gaúchos,
sumiram na madrugada
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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