Shana Müller, apresentadora do Galpão Crioulo (Foto: Arquivo Pessoal) Vocês já estão acostumando a partilhar dos momentos da minha vida...
Shana Müller, apresentadora do Galpão Crioulo (Foto: Arquivo Pessoal)
Vocês já estão acostumando a partilhar dos momentos da minha vida, muitos pelo que conto nas redes sociais, outro tanto pelo que desabafo em forma de textos aqui com vocês.
Tenho entendido que esse é um sentido fundamental do compartilhar: dividir experiências. Mais do que contar da minha intimidade tento dividir alegrias, tristezas, desafios, mostrar um pouco da vida fora da tela, tão normal e tão comum como a de todos.
Eis que chega o Natal, e esse vai ser um novo "primeiro Natal".
Ano passado, o primeiro com Gonçalo. Este ano, o primeiro sem a Tata.
Talvez seja difícil expressar em palavras a falta que ela faz todo o dia, em todo encontro de família, em todo o canto da casa, em cada pensamento, ao visitar nossa vida em cada fotografia.
Muitas vezes desde aquele 3 de julho me peguei visitando recordações aqui no celular. Foram muitos os registros que fizemos nesse período em que fiquei ainda mais perto dela na minha licença-maternidade, aproveitando todo o pequeno instante ao seu lado e na convivência dela com meu Gonçalo.
A recordação está em cada dia, em muitos pensamentos.
Mas o Natal tem disso, pelo menos pra mim. Nunca entendi bem esse misto de sentimentos que a data me traz. Dá aquela vontade rir e chorar. Dá um nervoso, uma ansiedade, as emoções ficam à flor da pele.
Talvez não tenha mesmo explicação, mas agora talvez tenha um significado diferente e acho que com o decorrer dos anos sempre vai ter outros tantos.
A vida, que é o que comemoramos nesse dia, verdadeiro presente do Natal, é feita de idas e vindas. Chegadas e partidas. Tristezas e alegrias. Nascimento e morte. Não há como dizer não, não querer, não gostar. É preciso aceitar e aí é que fica difícil. Nesses momentos em que a ausência é tão sentida.
Há alguns dias sonhei com a Tata. Ela me xingava porque íamos comprar a ceia do Natal. E vamos esse ano, porque apesar de ano passado ela ter, já bem doentinha, nos ensinado a fazer, nunca terá o mesmo sabor do amor das suas mãos.
Pra nós ainda é muito cedo.
A mesa farta, cheia, colorida, era o sentido para ela. Ao redor dessa mesa sempre estivemos todos. Esse ano ela não está. Nem o sabor do seu amor em cada pedacinho do peru, da farofa, do arroz colorido ou daquela salada de maionese que ela inventava de por abacaxi. Vamos ter que descobrir um sabor novo pra comida dessa data, mas eternamente vai estar conosco o sabor do amor da sua vida, e de cada instante que ela dividiu com a gente.
Um Natal de ausência física, mas de eterna presença do teu amor, Tata!
E como a vida é isso, o que a gente constrói na relação com os outros é esse no fundo é o verdadeiro sentido do Natal, trocar amor – e esse é verdadeiro presente – resolvi dividir com vocês um pouquinho desse meu sentimento de gratidão eterna e de saudade, mas de alegria por estar em mais um Natal junto aos meus.
Espero que vocês também estejam com quem importa!
Feliz Natal!
Fonte: GShow junto ao portal Globo
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