A temática dos Festejos Farroupilhas era feita, até o final do seculo passado, em cada cidade, em cada região. Então, a partir de uma pa...
A
temática dos Festejos Farroupilhas era feita, até o final do seculo
passado, em cada cidade, em cada região. Então, a partir de uma
particularidade local extraia-se um tema. Todo estado realizava a
Semana Farroupilha, mas sem um grande impacto. Cada um do seu jeito.
Assim como era o acendimento da Chama Crioula.
Quando, em 1947, os jovens alunos do colégio Júlio de Castilhos realizaram a primeira Ronda Crioula, depois que o "grupo dos oito" fez o translado dos restos mortais do general farroupilha, David Canabarro, não imaginavam onde chegaria tal ação. Poderia ter sido somente um evento na escola, mas a repercussão e o trato dado por Manoelito de Ornellas, destacou a atividade, em uma época bastante difícil e contraditória para tais interesses.
Quando, em 1947, os jovens alunos do colégio Júlio de Castilhos realizaram a primeira Ronda Crioula, depois que o "grupo dos oito" fez o translado dos restos mortais do general farroupilha, David Canabarro, não imaginavam onde chegaria tal ação. Poderia ter sido somente um evento na escola, mas a repercussão e o trato dado por Manoelito de Ornellas, destacou a atividade, em uma época bastante difícil e contraditória para tais interesses.
Entre 1999 e 2002, tentou-se uma temática, com maior incidência na 1ª
Região Tradicionalista, mas, feito também em outras. Temas trabalhados:
1999 – Os lanceiros Negros; 2000 – A mulher Gaúcha; 2001 - A República
e, 2002 - A mulher. Não existia uma folheteria estadual. Foi a partir
do ano de 2003, com o tema - Soldado Farrapo: O herói anônimo, que foi
realizado o primeiro desfile temático (com carros feitos propriamente
para isso, por artistas plásticos, muitos oriundos do Caranaval e da
ChocoFest. O empenho do então governador do estado, Germano Rigotto, do
Secretário de Estado do Turismo, Luis Augusto Lara e do presidente do
MTG, Manoelito Carlos Savaris, além da dedicação e voluntariado dos
tradicionalistas, que o tema ecoou por todo estado e pelo Brasil.
A partir dai todos os anos era escolhido um tema que todo Rio Grande trabalhava em uníssono:
2004 – Os Ideais Farroupilhas
2005 – O Gaúcho: Usos e Costumes
2006 – Assim se fez o Gaúcho
2007 – Assim se movimentou o gaúcho
2008 – Nossos símbolos: Nosso orgulho
2009 – Os farroupilhas e suas façanhas
2010 – Farroupilhas: Ideais, cidadania e revolução
2011 – Nossas raízes
2012 – Nossas riquezas
2013 – O RS no imaginário Social
2014 – Eu sou do Sul
2015 – Campeirismo Gaúcho: Sua importância cultural e social
2016 – A Republica das Carretas – 180 anos da proclamação da Republica Rio Grandense
2017 – Farroupilhas: Idealistas, revolucionários e fazedores de história
Fica
bem claro, ao analisarmos as temáticas, que dois grandes temas são
discutidos: O Rio-grandense (farroupilhas) e o Gaúcho, propriamente
dito. Os anos de 2003, 2004, 2009, 2010, 2016 e 2017 foi tratado da
Revolução Farroupilha e 2005, 2006, 2007, 2008, 2011, 2012, 2013, 2014
e 2015 - O Gaúcho.
Chama Crioula
Uma
fogueira sempre mexe com os nossos pensamentos. Um fogo de noite pode
significar muita coisa. Pode ser um luau, pode ser magia...Tem gente
que adora. Outros, morrem de medo. Por que será?
Em
todos os povos e culturas, o fogo sempre foi associado às forças
espirituais. É símbolo da divindade e das chamas do inferno. Ao mesmo
tempo, o fogo é, dos quatro elementos da natureza, o mais sutil. Afinal
de contas é o único com o qual a gente não pode entrar em contato
direto.
O fogo é fonte de luz e nos aquece. Mas
ninguém pode tomar banho no fogo, respirar fogo ou pegar fogo sem se
ferir. O fogo fere porque ele é pura transformação. Nunca é igual, nem
a si mesmo. O fogo aquece nosso coração, ilumina as trevas da Noite e
por isso tem importância em rituais de magia, é idolatrado por alguns,
serve de inspiração para outros e ainda pode ser considerado símbolo da
paixão. Como se vê, o fogo está sempre presente: não só como
instrumento da humanidade para dominar a natureza, mas como símbolo de
nossos próprios sonhos.
Antiguidade
Na antiguidade, o fogo era considerado sagrado por muitos povos,
incluindo os gregos que tinham uma lenda segundo a qual o fogo teria
sido entregue aos mortais por Prometeu, que o roubara a Zeus. Devido à
importância do fogo, em muitos templos eram mantidas chamas acesas
permanentemente. Este era o caso do templo de Hestia, na cidade de
Olímpia.
Segundo se sabe, a tradição de manter um
fogo aceso durante os Jogos Olímpicos remonta à antiguidade, quando se
efetuavam sacrifícios a Zeus. Nessas cerimônias, os sacerdotes acendiam
uma tocha e o atleta que vencesse uma corrida até ao local onde se
encontravam os sacerdotes teria o privilégio de transportar a tocha
para acender o altar do sacrifício. O fogo era, então, mantido aceso
durante os Jogos como homenagem a Zeus.
No Rio Grande do Sul
Aqui
no estado, esse fogo simbólico é representado pela Chama Crioula, que
nasceu no ano de 1947, em um momento conturbado da historia Brasileira
e mundial. Era um período em que os Estados Unidos da América, que
havia tirado vantagens da segunda grande guerra, ditava a moda como
centro irradiador das grandes novidades mundiais, espalhando seu
capital, seu prestigio, mas principalmente sua cultura que era de
“mudar”, “evoluir”, “desenvolver” reproduzir o modismo lançado que
invadia a América.
Era o ano de 1947, quando é criado
em Porto Alegre, no Colégio Júlio de Castilhos um Departamento de
Tradições Gaúchas, com o objetivo de resgatar, preservar e proporcionar
a revitalização das coisas tradicionais do Rio Grande do Sul, através
da historia gaúcha. Naquele momento, um grupo de oito jovens
ginasianos deste colégio, não ficaram sentados assistindo culturas
alternativas invadirem o cerne cultural de nosso estado, e numa atitude
de muita responsabilidade, oficiaram o presidente da Liga de Defesa
Nacional, manifestando o desejo de fazer o acompanhamento dos restos
mortais do General Farroupilha, David Canabarro, que era transladado ao
Panteão riograndense, de à cavalo. Uma vez aceito pela Liga de Defesa,
o mais difícil foi arregimentar cavalarianos para cumprirem o ato, onde
podemos verificar que usar indumentária gaúcha naquele período era
quase um “crime” perante a sociedade.
No dia cinco de
setembro de 1947, os oito jovens, tendo por lider João Carlos D’Avilla
Paixão Cortes, fizeram o primeiro desfile nas comemorações da semana da
Pátria, acompanhando os restos mortais do general farroupilha. no dia
7, da pira, foi retirada uma centelha do Fogo Simbólico, por Paixão
Cortes, Ciro Dutra Ferreira e Fernando machado Vieira, acendendo o
candeeiro crioulo e guardado no Colégio Julio de Castilhos, dando
origem à nossa Chama Crioula, que simboliza o apego do gaúcho à sua
terra, o seu nativismo, seu telurismo.
Esta Chama,
que permanece acessa dentro de cada um de nós, demonstrando nosso
respeito às instituições, valorizando a nossa cultura tradicional, à
palavra empenhada, e nossa demonstração de civismo, patriotismo e amor
ao Rio Grande e suas mais caras tradições, era acesa em diversas partes
do estado, mas em Porto Alegre o tradicional ato era repetido no dia
sete de setembro. Até que em 2001, em Guaíba, em frente a casa de Gomes
Jardim, e do Cipreste farroupilha, o Rio Grande se reuniu para uma
cerimônia única. Dali partiram cavalarianos para muitas regiões. E
assim continuou ano à ano...
2002 – Acesa em Laguna/SC, para distribuição em Santa Maria
2003 - Camaquã, na Chácara da Água Grande, de Barbosa Lessa
2004 - Erechim, no Recanto dos Tauras
2005 - Viamão, cidade fundamental na história do RS
2006 - São Gabriel, na Sanga da Bica, onde tombou Sepé Tiarayú
2007 - São Nicolau, 1ª redução e um dos 7 povos das missões
2008 - São Leopoldo, Terra de Colonização Alemã
2009 - São Lourenço, no casarão de Ana, irmã de Bento Gonçalves
2010 - Itaqui, o acendimento volta para a fronteira
2011 - Taquara, cinquentenário da Carta de Princípios
2012 - Venâncio Aires - Capital Nacional do Chimarrão
2013 – General Câmara – Distrito de Santo Amaro
2014 – Cruz Alta – Terra de Érico Veríssimo
2015 – Acendimento internacional na Colonia do Sacramento e no Brasil a distribuição no Chui
2016 – Triunfo – Terra de Bento Gonçalves e da Batalha do Fanfa
2017 - Mostardas e, em 2018 será em Iraí;
Temáticas possíveis em 2018 para os Festejos Farroupilhas
O
ano de 2018 proporciona algumas possibilidades únicas para os
tradicionalistas e amantes da cultura gaúcha. Neste ano completam-se
180 anos das maiores conquistas farroupilhas. Foi em 1838, que Bento
Gonçalves, já no Rio Grande, depois de fugir do Forte do Mar, na Bahia,
voltou a liderar a República e foram grandes as investidas. Domingos
José de Almeida proporcionou a vinda de equipamentos para a primeira
tipografia farrapa, e Luiggi Rossetti editou o primeiro jornal "O
Povo", em Piratini. Juntos os Generais Farrapos tomaram a tranqueira
invicta, Rio Pardo, no dia 30 de abril de 1838 e prenderam a banda
Imperial onde estava o maestro Joaquim José de Mendanha. Ali nascia o
hino mais cantado do mundo (naquele dia, só tocado). Também 180 anos do
Manifesto de Bento Gonçalves.
Possibilidades:
180 anos da Tomada de Rio Pardo
180 anos do Hino Farroupilha
180 anos do Jornal "O Povo"
180 anos do Manifesto de Bento Gonçalves
Qual frase de efeito caberia para abordar todos estes temas?
Fonte: blog do Rogério Bastos - publicação de 21 de abril de 2018
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