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Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste Saint Hilaire - Parte IX

Janeiro de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire Charruas - Minuanos - Guaranis - Estancieiros O alferes lhe conta sobre os índios charr...


Janeiro de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire
Charruas - Minuanos - Guaranis - Estancieiros

O alferes lhe conta sobre os índios charruas e minuanos, que no passado se uniram e depois foram divididos em pequenos grupos, passando por diversos chefes e pouco lhes sendo obedientes. Quando descontentes passam para outro grupo.

As tropas reunidas aqui são em torno de 100 paulistas da legião do regimento dos Dragões do Rio Grande e das milícias do Rio Pardo. Todos muito descontentes, pois há 30 meses não recebem soldo.

Durante o governo Artigas para sofrer qualquer vexame bastava possuir bens ou ser denunciado por ser do partido oposto, especialmente próximo a Montevidéu. Muitos proprietários foram mortos ficando apenas peões, mestiços, homens sem princípios, moral ou caráter. Com a tomada dos portugueses os proprietários tem até dois meses para revindicar, pois muitos militares, com o atraso do soldo, montam estâncias com o gado selvagem que encontram, afim de se manterem.

Chegando ao Campo de Belém, ao redor muitas choupanas de índios, vindos de outros lugares, remanescentes das aldeias jesuítas. Com a maior parte dos homens mortos nas guerras mulheres e crianças refugiam-se com os portugueses. Entre os que estão aqui os homens alugam-se como peões, crianças como ajudantes de oficiais e as mulheres se prostituem. Nenhum índio possui alguma coisa, embora os homens sejam razoavelmente bem vestidos e as mulheres melhores ainda, mas as crianças apenas com trapos, quase nuas. Domingo as mulheres vestem indumentária índia.

A diferença dos guaranis para outros índios é a sua humildade, prestimosidade e obediência, sendo muito estimados como peões e crianças sempre dispostas a cumprir o que lhes pede. Há uma guarnição formada por lanceiros guaranis, muito elogiados por serem dóceis, pacientes e suportarem todas as privações.

As mulheres guaranis não se entregam por libertinagem, talvez uma consequência desse espirito de servilismo. Aqui a maior parte dos milicianos tem uma índia, que são úteis pois sabem lavar e costurar. A parte ruim serão os filhos nascidos que serão abandonados pelo pai, vivendo assim como gaúchos espanhóis, degenerando a raça branca na Capitania do Rio Grande.


Janeiro de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire
Índios e a nova sociedade - hábitos alimentares

Os jesuítas sabiam que os índios não teriam gosto pela religião falando de futuro, então o melhor caminho foi cativa-los pelos sentidos, com grandes capelas ornamentadas, pomposas celebrações e o ensino da música. Ainda hoje muitos tocam com perfeição alguns instrumentos. Assim os índios acreditavam que os jesuítas foram enviados por Deus para salva-los. 

Os índios lhe presentearam com uma serenata, deu a cada um uma moeda. Logo já estavam na taberna cantando um hino em homenagem a Artigas, algo que os comandantes portugueses não deram a mínima atenção.

Pouco tempo antes da sua chegada um índio embreagado matou o próprio filho. Quando voltou ao estado normal foi pedir perdão e não lhe deram nenhum castigo, sendo um costume dos portugueses para serem bem quistos na região, mas Saint Hilaire acha devam ser repreendidos, para que saibam que estão sob um governo regular.

Um major lhe deu cinco vacas, destinadas a alimentar seu pessoal, mas mesmo possuindo carne trataram logo de matar uma. Com certeza é o momento de maior felicidade da expedição, matar e esquartejar a vaca, e logo a seguir saciar sua fome. A bem da verdade é uma das paixões nesta capitania, carnear o gado.

Desde Castilhos encontram muitos ovos de avestruz, onde fazem deliciosos omeletes, em apenas um ninho haviam 21 ovos sendo chocados.


Esta Webserie está sendo veiculada no facebook por Jeandro Garcia e Léo Ribeiro de Souza e sendo reproduzida pelos blogs do Léo Ribeiro e Rogério Bastos.
Fonte: blog do Rogério Bastos

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