Por João Antunes - poeta, historiador e compositor O termo Estafeta, carregador de mala postal, é usado para definir os antigos ent...
Por João Antunes - poeta, historiador e compositor
O termo Estafeta, carregador de mala postal, é usado para definir os antigos entregadores de correspondências a longas distâncias.
Por volta do ano 3000 A.C, era a cultura da época, os entregadores de correspondências, percorriam muito quilômetros para levar as mensagens e dar os recados aos seus governantes. Era passado verbalmente onde o portador da notícia precisava estar preparado fisicamente e diante disto ter bom preparo físico e boa memória.
Lá por volta do ano 10 A.C. Otávio Augusto que era o primeiro imperador romano resolveu construir estradas para facilitar que os mensageiros levassem e trouxessem correspondências, pois era vasto o império.
Marco Pólo que era comerciante italiano quando visitou a China no ano de 1270, foi testemunha de que lá existiam milhares de postos de correio na vastidão daquele território onde os mensageiros faziam as entregas a cavalo, costume que também era feito pelos Persas.
A carta de Pero Vaz de Caminha que é tida como uma espécie de “certidão de batismo do Brasil, que na época era chamado de “Ilha de Vera Cruz” nome este atribuído por Pedro Álvares Cabral foi um documento que revelou ao rei de Portugal D. Manoel I o descobrimento desta nova terra. Vale lembrar também que D. Manoel I era chamado de “o Venturoso”, pois no seu império Portugal tornou-se muito próspero devido a exploração ultramarina. A carta foi levada a Portugal através da nau de Gaspar de Lemos.
Os Correios em termos práticos foram criados no Brasil em 25 de janeiro de 1663, mas os estafetas nas comunidades interioranas seguiram nessa nobre missão ainda por muitos anos.
Quando a Família Real Portuguesa chegou ao Brasil em 07 de março de 1808, este país passou da condição de colônia para a condição de sede do governo português localizada no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em 22 de novembro, foi instituído pelo Marquês de Aguiar, o Regulamento Provisional da Administração Geral dos Correios da Coroa e Província do Rio de Janeiro, que foi na verdade o primeiro regulamento postal em terras brasileiras.
Foi durante o período imperial que D. Pedro I reorganizou os Correios do Brasil e a criação de administradores nas províncias.
Os povos nativos dos Incas adotaram estradas de pedras e por elas os correspondentes se revezavam por enormes distâncias onde aproximadamente a cada légua um homem esperava o outro que estava por vir interceptando a mensagem e seguia adiante com ela até encontrar o próximo e assim sucessivamente nesse tipo de revezamento acontecia numa espécie de sinergia até que a mensagem ou correspondência chegasse ao destino.
Em 1798, foi criado os Correios Marítimos para a ligação postal regular entre o Rio de Janeiro e Lisboa.
Em 1947, o então presidente Getulio Vargas criou o Departamento de Correios e Telégrafos.
Em 20 de março de 1969, foi criada a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Em março de 1982, foi criado o Sedex – Serviço Especial de Entrega Expressa.
Imaginemos quão grandes eram as dificuldades e a demora para se entregar uma correspondência naquele tempo de antanho onde o correio era feito através das entregas de cartas, telegramas, peças, livros, jornais, revistas, outras mensagens de toda ordem, pequenas encomendas e tantos outros documentos eram feitos, basicamente, por uma pessoa montada num animal cavalar enfrentando as intempéries do tempo e até mesmo feras na época em que antecedeu a chegada das primeiras linhas de ônibus e o transporte ferroviário.
Diferentemente dos dias atuais, nestes tempos de Internet e correios eletrônicos, toda essa diversidade dos meios de comunicações das redes sociais e com espantosa velocidade, quase em tempo real, sabe-se de imediato o que está acontecendo nas grandes metrópoles e até nos lugares mais recônditos do planeta. Na atualidade, há também milhares de notícias que são sem fundamento e, às vezes, cheias de sensacionalismos, fatos estes que carecem que as pessoas saibam filtrar o que é bom em termos de apreciação das notícias.
Por outro lado, lembro-me da época dos meus avós e demais parentes, quando eu era criança, sobre a felicidade daquele povo interiorano quando recebiam das mãos do estafeta as correspondências as quais eram guardadas e apreciadas por muitos anos.
Os estafetas mais conhecidos em Bossoroca foram João Estafeta, Saustiano Lubas, Alfredo Reis, Francisco Ribeiro que tinha o apelido de Chico Pitoco e seu Joaquim que morava no Rincão dos Antunes.
A verdade é que essa atividade que antigamente era exercida pelos estafetas foi de suma importância nos estreitamentos de relações entre pessoas, laços afetivos, negócios e diversos outros aspectos ligados à vida humana.
O dia do carteiro (estafeta contemporâneo) é 25 de janeiro.
Em tempo: Aproveito a olada para mandar um abraço para meu amigo Marcelo Cosma, carteiro velho de quatro costados lá de Lagoa Vermelha trabalhando em São Francisco de Paula.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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