Os gês foram os mais antigos habitantes da banda oriental do rio Uruguai. É provável que essas tribos começaram a se instalar no atual R...
Os gês foram os mais antigos
habitantes da banda oriental do rio Uruguai. É provável que essas
tribos começaram a se instalar no atual Rio Grande do Sul por volta do
século II a.C.
Os principais grupos da linhagem Jê Meridional (ou Gês) eram conhecidos pelos nomes: coroados, ibijaras, gualachos, botocudos, bugres, caaguás, pinarés e guaianás. Estes últimos, em torno de IV d.C., foram expulsos pelos guaranis da região posteriormente denominada Sete Povos das Missões.
Os botocudos e coroados talvez sejam os subgrupos de maior representatividade desta sociedade. Mais tarde, passara ser conhecidos como Xokleng e Kaingangs, respectivamente.
No livro “Sobre a organização espacial dos Kaingáng, uma sociedade indígena Jê Meridional”, Sandoval Amparo descreve que há mais de 2.500 anos, os Kaingáng desenvolveram amplo domínio territorial e construíram casas subterrâneas para se abrigarem dos fortes ventos da região.
As casas subterrâneas eram construídas pelos indígenas em formas cônicas e circulares, cobertas por palhas, sempre em interflúvios dos grandes rios e em áreas de planaltos com altitude entre 400 m e 1.200 m, longe dos perigos de inundação; tinham de 1 m a 2 m de profundidade e diâmetro que variava entre 5 m e 10 m.
No entanto, este estilo de moradia foi abandonado pelos indígenas Kaingáng durante o século 19, afinal, a chegada dos colonizadores europeus trouxe novos padrões de moradia à região.
Os principais grupos da linhagem Jê Meridional (ou Gês) eram conhecidos pelos nomes: coroados, ibijaras, gualachos, botocudos, bugres, caaguás, pinarés e guaianás. Estes últimos, em torno de IV d.C., foram expulsos pelos guaranis da região posteriormente denominada Sete Povos das Missões.
Os botocudos e coroados talvez sejam os subgrupos de maior representatividade desta sociedade. Mais tarde, passara ser conhecidos como Xokleng e Kaingangs, respectivamente.
No livro “Sobre a organização espacial dos Kaingáng, uma sociedade indígena Jê Meridional”, Sandoval Amparo descreve que há mais de 2.500 anos, os Kaingáng desenvolveram amplo domínio territorial e construíram casas subterrâneas para se abrigarem dos fortes ventos da região.
As casas subterrâneas eram construídas pelos indígenas em formas cônicas e circulares, cobertas por palhas, sempre em interflúvios dos grandes rios e em áreas de planaltos com altitude entre 400 m e 1.200 m, longe dos perigos de inundação; tinham de 1 m a 2 m de profundidade e diâmetro que variava entre 5 m e 10 m.
No entanto, este estilo de moradia foi abandonado pelos indígenas Kaingáng durante o século 19, afinal, a chegada dos colonizadores europeus trouxe novos padrões de moradia à região.
Casa Kaingang
MUDANÇA NO MODO DE VESTIR
A chegada do homem branco desencadeou também mudanças no modo de vestir-se.
Primeiramente os Gês, mais precisamente os do subgrupo Kaingang, andavam nus antes do primeiro contato com os jesuítas, após passaram a usar um tipo de roupa fabricada com as fibras do caraguatá, que era costurada pelas mulheres da tribo.
Quarenta anos após o contato inicial com os brancos, já usavam roupas de pessoas “civilizadas”, principalmente os indígenas do território de Nonoai. Segundo alguns pesquisadores estas roupas teriam afetado de uma forma negativa a saúde dos nativos, pois, já usando vestimentas, ficavam doentes mais fáceis pelo fato de não aguentarem mais os pequenos frios sem uma peça de roupa, assim ficando com doenças respiratórias e dores reumáticas.
É interessante a descrição feita pelo belga Afonso Mabilde, um engenheiro construtor de estradas. Em uma de suas andanças pelo Sul do Brasil, ao avistar grupos Kaingangs, ele escreve:
Suportam facilmente o maior frio ou maior calor. Dir-se-ia que são dotados de uma insensibilidade difícil de admitir em relação ao frio (....). Temos encontrados no centro da serra, em meio aos pinheirais, às sete horas da manhã quando o termômetro Réamur marcava um grau e meio acima de zero, os coroados completamente nus, sem deixar perceber o menor sinal ou demonstração de sentir frio.
Afonso Mabilde e os Gês
MUDANÇAS DE HÁBITOS
Outro aspectos de mudanças ocorreu na questão dos batizados de recém-nascidos.
Passou-se a se usar nomes não indígenas, e nomes compostos de um primeiro nome de característica nativa e um segundo nome “civilizado”.
O gosto pelas armas e pelos utensílios utilizados pelos colonizadores é outro exemplo claro deste contato entre os dois grupos. Apesar de ainda serem muito usadas as armas de caráter indígena, houve uma ótima aceitação pelas armas dos brancos que eram produzidas com ferro e aço.
O local preferido dos Gês eram as matas que ficavam nos pontos mais altos do território do Planalto do Rio Grande do Sul, assim podiam observar todo o território de sua vizinhança sem sair do seu próprio alojamento.
Falavam seu idioma próprio diferente dos Guaranis que falavam diversas línguas que pegaram por empréstimo, de outras etnias indígenas.
As constantes lutas e perseguições – pelos demais grupos indígenas e pelo homem branco – levaram quase à extinção total deste que, por muito tempo, habitou solitariamente o chão rio-grandense.
Atualmente, no RS, restam Kaingang vivendo em áreas demarcadas; os últimos Xokleng (cerca de 2000 indivíduos) se encontram em SC.
SOBRE O AUTOR:
Mateus Müller, 22 anos, reside na cidade de Novo Cabrais –RS.
No ano de 2016 iniciou seus passos na invernada adulta do CTG local, o Presilha Pampiana, onde permanecera até meados de abril de 2017. Começou ali a real paixão pelo Rio Grande do Sul.
Em 2018, escreveu uma peça de teatro unindo Religiosidade e Tradição Gaúcha, para um evento religioso entre jovens da região central do Estado, e foi honrado com o troféu amador de 1º lugar. Desde então, segue lendo e escrevendo sobre as coisas do pago; E seu encanto segue aumentando.
Fonte: portal EstanciaVirtual
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