O então Coronel João Nunes da Silva Tavares, conhecido como Joca Tavares (segundo sentado, da esquerda para a direita) e seus auxiliare...
O
então Coronel João Nunes da Silva Tavares, conhecido como Joca Tavares
(segundo sentado, da esquerda para a direita) e seus auxiliares
imediatos, incluindo Francisco Lacerda, mais conhecido como "Chico
Diabo" (terceiro em pé, da esquerda para a direita).
Num dia 24 de maio no ano de 1870 o Presidente da Província do Rio Grande de São Pedro cria as colônias Conde D'Eu (atuais Garibaldi e Carlos Barbosa) e Dona Isabel (atual Bento Gonçalves).
Também num dia 24 de maio, mas no ano de 1818, nascia em Herval João Nunes da Silva Tavares, primeiro e único barão de Itaqui.
João Nunes da Silva Tavares, primeiro e único barão de Itaqui, nasceu em Herval, em 24 de maio de 1818 e morreu em Bagé, em 9 de janeiro de 1906. Foi presidente do Rio Grande do Sul de 17 de junho a 4 de julho de 1892 e o responsável por iniciar uma guerra civil, que se transformaria, posteriormente, na Revolução Federalista (1893-1895). Também era conhecido por "Joca Tavares".
Membro de importante família estabelecida na Colônia do Sacramento, que teve início com João da Silva Tavares e sua mulher Natália de Jesus. Filho do visconde de Serro Alegre, João da Silva Tavares, e de Umbelina Bernarda da Assunção, e irmão do Barão de Santa Tecla.
Sentou praça em 19 de setembro de 1835, na véspera de estourar a Revolução Farroupilha, tendo acompanhado seu pai e se juntado ao lado legalista. Três dias mais tarde teve seu batismo de fogo no arroio Telho, combatendo as forças revolucionárias de Gervásio Verdum.
Refugiou-se no Uruguai, retornando em 1836 para tomar parte no combate do Rosário, sendo feito prisioneiro pelo coronel Corte Real.
Na Batalha do Seival é novamente preso, instado pelo farroupilhas a mudar de lado, recusa-se inclusive a permanecer neutro, motivo pelo qual é mantido preso. Mais tarde é libertado, através da intermediação do chefe uruguaio Calengo. Após um curto descanso na fazenda da família em Taquari retorna ao combate, junto à seu pai. Atacado e sitiado, perto de Arroio Grande, pelas forças de Davi Canabarro, é obrigado a capitular, sendo feito, novamente prisioneiro, com seu pai. Ambos fogem e formam uma nova brigada.
Mais tarde serve nas forças do general João Paulo, e depois do coronel Manuel dos Santos Moreira. Encarregado da defesa de Pelotas, ali recebe ao barão de Caxias, nomeado presidente da província e comandante das armas. Com Tratado de Ponche Verde, termina a revolução, Joca Tavares tinha o posto de major, com 27 anos de idade e 10 de combate, tendo conquistado todas suas promoções por atos de bravura.
Quando da Guerra contra Aguirre, em 1864, se voluntaria às tropas do general João Propício Menna Barreto, participando da tomada de Paiçandu, Uruguai.
Promovido à coronel, ao iniciar a Guerra do Paraguai, no ano seguinte, organiza um corpo de voluntários para liberar Uruguaiana. Após a retomada da cidade, 18 de setembro de 1865, segue para Bagé como comandante de brigada. Incorpora-se, pouco depois, ao 3° corpo de exército, comandado pelo General Osório, com o qual marcha para o Paraguai.
Participou nos reconhecimentos de Passo-Pucu, Espinillo e da trincheira de Humaitá. Depois, em 1868 combate em Palmas, recebendo a medalha do mérito militar por sua ação no combate de 11 de dezembro. No dia 21 combate em Lomas-Valentinas, na linha Paqueceri, até o forte render-se.
Em 1869 segue para Assunção, onde aguarda a chegada do novo comandante em chefe, Conde D'Eu.1 Combate sucessivamente em Peribebui, Campo Grande, Picada de Caraguataí, bate em Itopitanguá as forças do coronel Caneto, vence em Loma-Uruquá ao coronel Chênes. Braço direito do visconde de Pelotas, comandava sempre a vanguarda de suas forças.
Em uma das ocasiões, ao transpor o arroio Negla, aprisiona o coronel Salinas e por ele toma conhecimento do paradeiro de Solano López, na margem esquerda do arroio Aquidaban. Após avisar seus superiores, que para lá deslocaram as tropas, chega em 28 de fevereiro de 1870 a Aquidaban. Ataca o acampamento de Solano, que morre em fuga.
Terminada a guerra foi nomeado brigadeiro honorário do Exército, em 11 de maio de 1870, recebendo também o título de barão de Itaqui e cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, além de receber a medalha da Campanha do Paraguai, com passador de ouro.
Em 1871 foi nomeado comandante da Guarda Nacional em Bagé, tendo sido comandante da guarnição de fronteira de 1874 a 1878. Entre maio de 1886 e julho de 1889, serviu sob o comando do marechal Deodoro da Fonseca, quando pediu exoneração, no mesmo mês declarava-se republicano e renunciava ao título de barão.
Proclamada a República é nomeado comandante da guarnição de Bagé, até ser exonerado em 18 de janeiro de 1892.
Em 17 de junho de 1892, Vitorino Ribeiro Carneiro Monteiro tornou-se presidente temporário do estado do Rio Grande do Sul na sucessão ao Marechal José Antônio Correia da Câmara, enquanto aguardava a instalação de um novo presidente. No mesmo dia, Júlio de Castilhos, candidato do Partido Republicano Riograndense, (PRR) se proclamou presidente em Porto Alegre. O governo durou apenas um dia, pois, no mesmo dia, Joca Tavares, filiado ao Partido Federalista do Rio Grande do Sul também se proclamou presidente na cidade de Bagé, onde permaneceu no poder até 4 de julho de 1892.
Quando Júlio de Castilhos novamente se tornou presidente do Estado do Rio Grande do Sul em 1893 (pela terceira vez), Joca Tavares se revoltou e iniciou uma guerra civil que logo se tornaria uma revolta generalizada contra os que eram apoiados pelo governo republicano do Brasil. Este confronto ficou conhecido por Revolução Federalista, e durou até 1895, quando ele e Inocêncio Galvão assinam a paz em Pelotas.
Fonte: blog do Léo Ribeiro
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