O segmento da cultura regional gaúcha não teve do que reclamar em 2019. Do 'xuxi' do Mano Lima à criação de uma bancada temáti...
O
segmento da cultura regional gaúcha não teve do que reclamar em 2019.
Do 'xuxi' do Mano Lima à criação de uma bancada temática no Congresso
Nacional, muito se comemorou. O ano já começou agitado com a foto do
cantor de "Cadela baia" saboreando a comida japonesa num restaurante de
São Luiz Gonzaga. Era uma brincadeira, mas o suficiente para despertar
comentários bem humorados e outros nem tanto dos fãs. Resultado: Mano
gravou "Me dá um xuxi". Foi um sucesso.
Mais um tsunami ainda maior estaria por vir, ainda no segmento musical. Foi a explosão do Baitaca e da música "Do fundo da grota", que ensejou as mais inusitadas versões, da bandinha de baile ao gaiteiro japonês, passando por duplas sertanejas nacionais e pelo programa do Ratinho. Foi o fenômeno cultural do ano, que inspirou até novos talentos. Direto do Paraná, com quase 13 milhões de pessoas alcançadas e 5 milhões de visualizações na página do Repórter Farroupilha do Facebook, Lorenzo, 5 anos, foi o sucesso mirim do ano cantando, adivinhe qual música? Claro, Do fundo da grota.
Tivemos vídeo-clipes bem produzidos, como o do Alma Gaudéria (Vôo a Porto Alegre), gravado no barco Cisne Branco. E como esquecer da imagem de um gaúcho com a bandeira do Rio Grande, no alto dos cânyos dos Aparados da Serra? Esse taura era o cantor Paulo de Souza no clipe de "Made in RS". Foi a imagem do ano.
Ainda na música, exportamos talentos para o Brasil, com o grupo Cordiona integrando a programação de São João da Prefeitura de São Paulo. Seguindo nas artes, reverenciamos Gildo de Freitas com um festival de trova promovido pela RBS TV, vencido pelo Vitor Hugo com sua prosaica caixa de som com pen drive que substitui a gaita. No Enart, faltou ar ao público que assistiu ao show da adulta do CTG Tiarayu, vencedora do festival. O ginásio da Oktoberfest veio abaixo quando uma espécie de "cama elástica" simbolizando um ritual indígena simplesmente arremessou um dançarino para o alto.
Aliás, a nova geração das danças tradicionais promete um futuro brilhante para a nossa cultura. E fez bonito no Desafio Farroupilha, com a vitória do CTG Rancho da Amizade, de Santo Cristo. O grupo criou uma dança sobre solidariedade e botou pra dançar integrantes de uma instituição social de Santa Rosa. Ainda conseguiu coletar 23 toneladas de alimentos, o que contou pontos para a conquista. Para conseguir uma das vagas na final, a gurizada do Rancho alcançou o que parecia impossível: 700 mil votos do público, 50 vezes mais que a população da cidade.
E por falar em estender a mão, a dança da inclusão, na qual os integrantes do DTG Tropeiros do Ouro Negro, de Canoas, contaram a história da gaiteira Natália, cega, seguiu rendendo frutos em 2019. A Jojô, ex-prendinha mirim da 18a RT, de Bagé, orgulhou a todos nós ao revelar, ao Brasil, o tamanho de seu coraçãozinho. Suas bonecas inclusivas (inclusive da Natalia) foram parar no estúdio da Globo.
Porém, um grupo de crianças do CTG Fogo de Chão, de Pedro Osório, nem precisou ir tão longe para mostrar que tradicionalismo rima com solidariedade. E costurou pilchas para 210 bonecas, doadas a alunos de uma escola pública da cidade.
Foi o ano em que ganhamos mais respeito. Numa cerimônia com a presença de algumas das mais importantes autoridades da república, o Rio Grande passou a ter uma bancada com 198 parlamentares para defender os interesses da cultua gaúcha no Congresso Nacional. Até o vice-presidente Mourão compareceu ao evento de lançamento que lotou o CTG Jayme Caetano Braun, em Brasília, numa noite de agosto.
Mas nem tudo foi festa. Deixamos que a prefeitura demolisse o prédio que foi sede da primeira entidade tradicionalista do estado, o Grêmio Gaúcho. E levamos aos Estados Unidos um vídeo promocional do nosso estado, sem incluir uma imagem sequer de nossa cultura de raiz. Nossos maiores grupos de baile seguem animando mais bailes fora do que dentro do Rio Grande do Sul. E o fantasma da interdição, seja por acústica, PPCI, alvará sanitário ou estrutura deficiente, ronda nossas entidades.
Que venha 2020!
Para ver a reportagem do jornalista Giovani Grizotti e as fotos das citações, clique aqui.
Fonte: Repórter Farroupilha
Mais um tsunami ainda maior estaria por vir, ainda no segmento musical. Foi a explosão do Baitaca e da música "Do fundo da grota", que ensejou as mais inusitadas versões, da bandinha de baile ao gaiteiro japonês, passando por duplas sertanejas nacionais e pelo programa do Ratinho. Foi o fenômeno cultural do ano, que inspirou até novos talentos. Direto do Paraná, com quase 13 milhões de pessoas alcançadas e 5 milhões de visualizações na página do Repórter Farroupilha do Facebook, Lorenzo, 5 anos, foi o sucesso mirim do ano cantando, adivinhe qual música? Claro, Do fundo da grota.
Tivemos vídeo-clipes bem produzidos, como o do Alma Gaudéria (Vôo a Porto Alegre), gravado no barco Cisne Branco. E como esquecer da imagem de um gaúcho com a bandeira do Rio Grande, no alto dos cânyos dos Aparados da Serra? Esse taura era o cantor Paulo de Souza no clipe de "Made in RS". Foi a imagem do ano.
Ainda na música, exportamos talentos para o Brasil, com o grupo Cordiona integrando a programação de São João da Prefeitura de São Paulo. Seguindo nas artes, reverenciamos Gildo de Freitas com um festival de trova promovido pela RBS TV, vencido pelo Vitor Hugo com sua prosaica caixa de som com pen drive que substitui a gaita. No Enart, faltou ar ao público que assistiu ao show da adulta do CTG Tiarayu, vencedora do festival. O ginásio da Oktoberfest veio abaixo quando uma espécie de "cama elástica" simbolizando um ritual indígena simplesmente arremessou um dançarino para o alto.
Aliás, a nova geração das danças tradicionais promete um futuro brilhante para a nossa cultura. E fez bonito no Desafio Farroupilha, com a vitória do CTG Rancho da Amizade, de Santo Cristo. O grupo criou uma dança sobre solidariedade e botou pra dançar integrantes de uma instituição social de Santa Rosa. Ainda conseguiu coletar 23 toneladas de alimentos, o que contou pontos para a conquista. Para conseguir uma das vagas na final, a gurizada do Rancho alcançou o que parecia impossível: 700 mil votos do público, 50 vezes mais que a população da cidade.
E por falar em estender a mão, a dança da inclusão, na qual os integrantes do DTG Tropeiros do Ouro Negro, de Canoas, contaram a história da gaiteira Natália, cega, seguiu rendendo frutos em 2019. A Jojô, ex-prendinha mirim da 18a RT, de Bagé, orgulhou a todos nós ao revelar, ao Brasil, o tamanho de seu coraçãozinho. Suas bonecas inclusivas (inclusive da Natalia) foram parar no estúdio da Globo.
Porém, um grupo de crianças do CTG Fogo de Chão, de Pedro Osório, nem precisou ir tão longe para mostrar que tradicionalismo rima com solidariedade. E costurou pilchas para 210 bonecas, doadas a alunos de uma escola pública da cidade.
Foi o ano em que ganhamos mais respeito. Numa cerimônia com a presença de algumas das mais importantes autoridades da república, o Rio Grande passou a ter uma bancada com 198 parlamentares para defender os interesses da cultua gaúcha no Congresso Nacional. Até o vice-presidente Mourão compareceu ao evento de lançamento que lotou o CTG Jayme Caetano Braun, em Brasília, numa noite de agosto.
Mas nem tudo foi festa. Deixamos que a prefeitura demolisse o prédio que foi sede da primeira entidade tradicionalista do estado, o Grêmio Gaúcho. E levamos aos Estados Unidos um vídeo promocional do nosso estado, sem incluir uma imagem sequer de nossa cultura de raiz. Nossos maiores grupos de baile seguem animando mais bailes fora do que dentro do Rio Grande do Sul. E o fantasma da interdição, seja por acústica, PPCI, alvará sanitário ou estrutura deficiente, ronda nossas entidades.
Que venha 2020!
Para ver a reportagem do jornalista Giovani Grizotti e as fotos das citações, clique aqui.
Fonte: Repórter Farroupilha
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