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Onde estão as estratégias para manter e valorizar o bioma Pampa?

O Pampa já é o bioma mais ameaçado do país e a cada ano perdemos grandes áreas de vegetação nativa Germano Rorato / Agencia RBS Por...


O Pampa já é o bioma mais ameaçado do país e a cada ano perdemos grandes áreas de vegetação nativa
Germano Rorato / Agencia RBS

Por Gerhard E. Overbeck, professor do Departamento de Botânica da UFRGS

Dia 17 de dezembro, dia do bioma Pampa. Um dia para comemorar o Pampa, as suas belas paisagens, a sua riquíssima biodiversidade e, claro, a cultura gaúcha, intrinsicamente ligada aos campos no sul do Brasil. Mas vamos primeiro falar da COP25, conferência da ONU sobre o clima, ocorrida na semana passada, em Madri. A COP25 tem a ver com o Pampa? Tem! E muito. O que nós fazemos no Pampa impacta o clima e a biodiversidade do mundo. Da mesma forma, as mudanças climáticas e a degradação ambiental global serão sentidas no Pampa. Na abertura da COP25, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, enfatizou a urgência de ações para evitar a crise climática. A União Europeia já anunciou o plano de se tornar neutro em carbono até 2050. Um grupo de investidores do mercado financeiro, que representa mais de US$ 37 trilhões, alertou sobre a necessidade urgente de cortar emissões para evitar impactos desastrosos das mudanças climáticas, inclusive na economia global.

E nós? Onde estão as estratégias para um bioma Pampa sustentável, um Pampa neutro em carbono, um Pampa que mantém a sua biodiversidade? O Pampa já é o bioma mais ameaçado do país e a cada ano perdemos grandes áreas de vegetação nativa para outros usos. Isso é muito problemático, pois os ecossistemas nativos possuem uma enorme importância, inclusive, econômica, para a sociedade: todos nós dependemos dos benefícios que a natureza e a biodiversidade provêm. Exemplos são água limpa, presença de insetos polinizadores (essenciais à muitas culturas agrícolas) e controladores de pragas, sequestro e estoque de carbono, entre outros tantos.

Todos deveríamos, juntos, desenvolver estratégias de manter e valorizar os ecossistemas nativos do Pampa. Precisamos de políticas públicas alinhadas com o que se discutiu e decidiu há poucos dias na COP25. O que está em jogo não é só a biodiversidade e riqueza do bioma Pampa, mas a qualidade de vida de todos nós e das futuras gerações. Que o dia do bioma Pampa não seja apenas simbólico, mas que de fato nos propulsione a desenvolver caminhos para o futuro!


Fonte: GaúchaZH

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